
Profissionais das empresas do transporte coletivo de Jundiaí que se negaram a participar da paralisação, deflagrada na madrugada desta quinta (8), foram ameaçados pelo grupo que organizou a manifestação. A informação foi confirmada por fontes ouvidas pelo Tribuna de Jundiaí, que não concordaram em mais uma vez deixar a população à espera dos ônibus, desde as primeiras horas do dia.
Segundo apuração, neste momento 80% das linhas de ônibus estão operando e a expectativa é de que o sistema seja totalmente normalizado até o final da tarde. Por volta do meio-dia, o movimento no terminal central era pequeno – reflexo da paralisação forçada pelo grupo de profissionais.
A assembleia da categoria para discussão da proposta salarial será feita às 15h, na sede do sindicato, na região central. “Fomos pegos de surpresa com essa paralisação”, disse o gestor de Mobilidade e Transporte, Aloysio Queiroz., em entrevista à TVTec Jundiaí. “O movimento não foi feito pelo sindicato, pois temos uma interlocução com eles e com as empresas de ônibus. Foi ilegal e pegou os usuários desprevenidos, com os terminais fechados e sem possibilidade de se locomover aos destinos pretendidos”.
A decisão do grupo rebelde resultou na demissão de pelo menos 30 profissionais, que não concordaram em voltar ao trabalho após negociação com as empresas, nesta manhã. “Eles mantiveram a posição de que estão em greve e, conforme prevê a legislação, foram dispensados por justa causa”, destacou uma fonte ligada ao transporte coletivo, que preferiu não se identificar.
Segundo o advogado Carlos Gustavo Leme Beraldi, que atua nas áreas Cível e Trabalhista, as empresas têm como prerrogativa usar a demissão por justa causa em casos extremos. “A demissão por justa causa, ou imotivada, é a mais alta penalidade que uma empresa pode aplicar ao empregado. Por conta disso, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) disciplina esse tipo de demissão no artigo 482”, destacou.
O artigo mencionado determina como condições para justa causa situações que envolvem, por exemplo, ato de improbidade, mau procedimento, indisciplina e até de negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador.
Manifestação
A paralisação teve início às 3h30, em frente à garagem da Viação Jundiaiense, no Parque Centenário. A justificativa era que os profissionais exigiam melhores condições de trabalho e reajuste dos salários. Quem chegava para trabalhar, segundo as fontes ouvidas, era intimidado pelo grupo de que deveria cruzar os braços. Alguns profissionais desobedeceram a ordem e foram hostilizados pelos manifestantes.
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Como se trata de serviço essencial, as paralisações e greves devem ser anunciadas com antecedência e por meio de assembleia do sindicato da categoria – o que não ocorreu. Os mesmos líderes deste grupo rebelde também teriam sido responsabilizados pela paralisação ilegal que ocorreu dia 25 de maio.
Nas duas ocasiões, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários de Jundiaí e Região se manifestou contrário e alegou que não se tratava de um movimento legal.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		