Nesta segunda-feira (4), foi realizada a primeira aula experimental da parceria entre o Centro de Viticultura e Enologia de Jundiaí e a Scuola Enologica G.B Cerletti, em Conegliano, na Itália. O encontro, na ETEC Benedito Storani, contou com alunos dos cursos técnicos de Viticultura e Enologia e Alimentos, e tratou sobre a vinificação da Uva Niagara Rosada de Jundiahy.

“Essa parceria entre os dois institutos extrapola Jundiaí, já que é muito importante para os produtores de suco e vinho de todo o Estado de São Paulo”, disse o gestor de Agronegócio, Abastecimento e Turismo de Jundiaí, Eduardo Alvarez, que participou da aula representando a Prefeitura de Jundiaí.

A aula foi dada pelo enólogo Luigi Franco, professor de Viticultura e Enologia da Escola de Enologia de Conegliano e Enólogo em renomadas vinícolas venezianas e italianas; e Mauro Zardetto, também professor da Escola, técnico em vinhos, criador de formatos para a cultura alimentar e membro fundador da Associação VenetoBrasile de Conegliano.

Além da apresentação de detalhes da parceria didático-cientifica entre os dois centros, os pesquisadores também abordaram sobre o “foxy”, termo conhecido para identificar o aroma de suco de uva típico em vinhos feitos com uvas de mesa, principalmente a Niagara, e como minimizá-lo no processo de vinificação.

“A tradição não poderia ser desperdiçada, por isso colocamos a uva Niagara nos primeiros experimentos, de forma a tentarmos melhorar, cada vez mais, o processo de vinificação e os vinhos feitos com ela”, disseram os pesquisadores Mauro e Luigi.

Também fazem parte do acordo a identificação do enoavatar do Vinho Paulista, em especial para região de Jundiaí; organização de missões entre as instituições com atividades experimentais; plantio de um vinhedo experimental na ETEC com seis variedades de uvas, sendo três brancas e três tintas, além de desenvolvimento de atividades de monitoramento e catalogação de uvas e a implantação de um departamento dedicado à microvinificação e microespumatização.

“A expectativa nossa é muito alta porque vamos ter contato com pessoas que há muitas décadas têm experiência em vinificação de excelência. É o momento ideal para trazer tecnologia de ponta para que estejamos antenados com o que de melhor tem no mundo”, disse o aluno do curso de Viticultura e Enologia, Marcelo Andrade, que também tem uma pequena produção de vinhos finos.