
Um grupo formado por representantes da Prefeitura de Jundiaí, Câmara Municipal e Sebrae esteve nesta quarta (7) em Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, para ver de perto o trabalho realizado pelo G10 Favelas, grupo das 10 maiores comunidades carentes do Brasil. O trabalho foi mostrado recentemente pelo Tribuna de Jundiaí, no Entrevistão com Gilson Rodrigues, coordenador nacional do G10.
A iniciativa foi do vereador Edicarlos Vieira (PP), que é amigo de Gilson desde os tempos de atuação nos grêmios acadêmicos. Com ele estavam Jones Henrique Martins, gestor Adjunto de Governo da Prefeitura de Jundiaí; Isabel Harder, diretora do departamento de Agronegócios da Prefeitura; Lucas Rodrigues, diretor de Planejamento, Gestão e Finanças da Assistência e Desenvolvimento Social; Marcelo Paranzini, gerente do escritório Jundiaí do Sebrae; e a analista de negócios do Sebrae, Eloísa Couto.
Após a visita, o grupo confirmou que pretende “importar” algumas das ideais para a realidade de Jundiaí, explorando políticas sociais já implementadas e ocupando outras lacunas, privilegiando a transformação de comunidades a partir do investimento em capital humano.
“Iniciativas como essa são motivadoras para a gente. O que o Gilson fez aqui serve de exemplo para todo Brasil. Por que não buscar parcerias e adotar as experiências exitosas de Paraisópolis também em Jundiaí?”, disse Edicarlos.
Um dos projetos sociais conhecidos na oportunidade foi a oficina “Costurando Sonhos”, que já capacitou 250 mulheres em corte e costura e outras dez em Modelagem.
A iniciativa empodera mulheres e promove a independência financeira das alunas. Em destaque no local, uma página de jornal cuidadosamente plastificada que traz a manchete: o vestido da Miss Brasil saiu das máquinas e das mãos daquela oficina.
Além disso, os cortes já conquistaram a vitrine até da São Paulo Fashion Week. Muitas das peças com material reutilizado, como cinto de segurança e uniformes de trabalhadores de fábrica. Grandes marcas investem na parceria e veem o retorno – humano e financeiro – logo adiante.

Outra ação que atrai a atenção com números que saltam aos olhos é a Mão de Maria. Nela, o foco é o preparo de alimentos com impacto social. Após o treinamento na cozinha, 25 mulheres – todas remuneradas – preparam 10 mil refeições todos os dias. Desde que teve início, quase 2 milhões de marmitas já foram distribuídas – em Paraisópolis e outras comunidades espalhadas Brasil afora, como o Jardim São Camilo, de Jundiaí.
Estrutura
A sede do G10 conta com 150 funcionários e reúne também um centro de seleção e recrutamento (Linkedin da Favela), agência de comunicação, unidade do Sebrae Aqui, atendimento permanente de RH o programa Agrofavela Refazenda, que ensina os moradores a cultivarem horta em casa, com frutas, legumes e verduras.
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“Assim como os países ricos, que se uniram formando o G7 e o G20, a gente resolveu unir as dez comunidades mais ricas do país”, explicou Gilson Rodrigues, frequentemente convidado a compartilhar a experiência exitosa de Paraisópolis no Brasil e no exterior.
O grupo G10 Favelas é formado pela Rocinha (RJ), Rio das Pedras (RJ), Heliópolis (SP), Paraisópolis (SP), Cidade de Deus (AM), Baixadas da Condor (PA), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF).