
A independência administrativa que Jundiaí tanto espera com a criação da Região Metropolitana é questão de tempo. Na audiência pública desta sexta (6), realizada no Teatro Polytheama, o governador João Doria (PSDB) deixou claro aos prefeitos das sete cidades da região que a iniciativa vai sair do papel ainda este ano. Itatiba, que hoje faz parte da Região Metropolitana de Campinas, também já demonstrou interesse em fazer parte deste novo grupo.
Entre homenagens aos profissionais de Saúde do município que atuam na linha de frente contra a Covid e falas ressaltando a pujança da região e a necessidade da desvinculação de Campinas, o governador não deixou dúvida sobre a Região Metropolitana de Jundiaí. “Por tudo o que já foi elencado aqui na audiência, não tenho dúvida de que a Assembleia Legislativa vai aprovar esta iniciativa. Será uma transformação completa na vida de vocês”, comentou Doria.
O ex-prefeito e ex-deputado federal Miguel Haddad (PSDB) lembrou dos 10 anos de criação da Aglomeração Urbana de Jundiaí (AUJ) e do novo passo que a cidade e a região dão rumo ao desenvolvimento integrado. “Fui o primeiro presidente da Aglomeração Urbana e o desenvolvimento nos fez permitir chegar a este momento, com a criação da Região Metropolitana. Defendo a implantação e discussão dos temas de forma integrada, conjunta. Não há como atuar mais de forma isolada”.

O que muda?
Mas, afinal, o que muda na vida da população destes sete municípios (Jundiaí, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Jarinu, Itupeva, Cabreúva e Louveira) com a criação da Região Metropolitana? O prefeito Luiz Fernando Machado (PSDB) explicou didaticamente as vantagens não só para Jundiaí, como todos os demais municípios.
“O primeiro aspecto é a autonomia em relação às demais regiões administrativas, especificamente São Paulo e Campinas. Num segundo ponto, deve-se perceber que toda política moderna tem focado no aspecto da regionalização. Quando as cidades passam a ser olhadas de maneira conjunta, você estrutura o investimento público melhor, seja na área de mobilidade, transportes, segurança ou meio ambiente. Um exemplo prático, além da Farmácia de Alto Custo (hoje está sob responsabilidade de Campinas), é termos a possibilidade de contar aqui com um Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) ou até mesmo um comando de batalhão da Polícia Militar ou as ações da Divisão Regional de Saúde que podem ser descentralizadas para a nossa região administrativa”, destacou.
Itatiba vem
O vice-prefeito Gustavo Martinelli (DEM) sugeriu que Itatiba também fizesse parte da Região Metropolitana. Ele já havia falado com exclusividade para o Tribuna de Jundiaí sobre o assunto e reforçou isso na presença do governador. “Este é um dia histórico num local histórico, também , como o Polytheama. Jundiaí não é mais ‘aquela cidade entre São Paulo e Campinas’. Somos referência para todo o País!”.
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Presente à audiência, o prefeito de Itatiba, Thomas Antonio Capeletto de Oliveira (PSDB), aceitou o convite. “Para Itatiba é uma satisfação fazer parte desta Região Metropolitana. Estamos muito próximos, vivemos muito Jundiaí, temos apenas 17 quilômetros de distância, uma rodovia duplicada que liga os dois municípios e, obviamente se for possível, será importante”.
A inclusão de Itatiba, segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, é possível tecnicamente e passará por avaliação e depois pela apreciação dos deputados estaduais.
Participaram da audiência, também, os prefeitos das sete cidades da região, vereadores e gestores dos municípios.
Participação
Até o próximo dia 26, qualquer pessoa pode propor sugestões para o projeto da Região Metropolitana de Jundiaí pelo e-mail [email protected] .
O estudo para justificativa da medida foi realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Regional do Estado, em parceria com a Fundação Seade.