
O presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), Rafael Cervone, critica a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano, anunciada pelo Banco Central (BC) na última quarta-feira (19). Segundo ele, essa medida, que coloca o Brasil entre os cinco países com os juros mais altos do mundo, “desestimula o crédito para investimentos e o consumo, dificulta um crescimento mais expressivo da economia e limita a geração de empregos”.
Incertezas fiscais e cenário internacional pressionam taxa Selic
Rafael Cervone reconhece que as incertezas persistentes quanto ao ajuste fiscal do Governo Federal, além da decisão do Federal Reserve de manter os juros elevados nos Estados Unidos, dificultam uma redução das taxas de juros no Brasil. No entanto, ele defende uma maior comunicação entre a área econômica do governo e o Banco Central para buscar soluções conjuntas.
“Independência do Banco Central não significa antagonismo”, afirma Rafael Cervone
O presidente do CIESP ressalta que a independência do Banco Central, como ocorre em diversos países, não significa que a instituição deva agir de forma antagônica ao governo. Segundo ele, as diferenças políticas devem ser superadas em prol dos interesses do Brasil, dos setores produtivos e da meta de inclusão socioeconômica.
Sinalização clara sobre medidas para o equilíbrio fiscal é fundamental
Rafael Cervone defende que as autoridades monetárias apresentem uma sinalização mais clara e concreta sobre as medidas a serem tomadas para o equilíbrio fiscal ainda este ano. Ele alerta que o atual “círculo vicioso” de déficit público, inflação e juros altos precisa ser quebrado para que a economia brasileira possa crescer de forma sustentável.
Juros altos oneram o serviço da dívida e prejudicam investimentos públicos
O presidente do CIESP destaca que a Selic em 10,5% torna o serviço da dívida do Estado mais oneroso, reduzindo os recursos disponíveis para investimentos em áreas essenciais como saúde, educação, habitação, segurança e infraestrutura. Ele argumenta que essa situação penaliza o contribuinte, que acaba pagando a conta dos juros altos.
CIESP pede mudança na política fiscal para impulsionar o crescimento
Rafael Cervone conclui sua análise cobrando mudanças na política fiscal do governo para reduzir o déficit público e criar um ambiente mais propício ao crescimento da economia brasileira. Ele adverte que, caso o país não tome medidas nesse sentido, poderá continuar a figurar nas últimas posições dos rankings de competitividade internacional.
Medidas para reduzir a Selic e impulsionar a economia:
- Ajuste fiscal rigoroso para reduzir o déficit público: O governo precisa apresentar um plano concreto e crível para reduzir o déficit público, o que inclui cortes de gastos e aumento da arrecadação de impostos.
- Melhora na comunicação entre a área econômica do governo e o Banco Central: É fundamental que o governo e o Banco Central trabalhem juntos para definir uma estratégia conjunta para a política econômica.
- Investimentos em infraestrutura e programas sociais: O governo precisa investir em infraestrutura e em programas sociais para impulsionar o crescimento da economia e reduzir a desigualdade social.
- Reformas estruturais para melhorar o ambiente de negócios: O governo precisa implementar reformas estruturais para melhorar o ambiente de negócios no Brasil, o que inclui reformas na área fiscal, trabalhista e tributária.