No cenário atual, a despoluição dos rios e a garantia de água de qualidade tornaram-se imperativos. O Rio Jundiaí, outrora poluído, hoje flui limpo e cheio de vida, levando o título de primeiro rio despoluído da América Latina.
Central nesse processo de transformação está a Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ). Responsável pelo tratamento de esgoto, a CSJ evita que mais de 16 mil toneladas de carga orgânica sejam lançadas e poluam o Rio Jundiaí. Graças a esse trabalho dedicado, Jundiaí se tornou um modelo nacional em tratamento de esgoto, alcançando o topo no ranking em tratamento de esgoto do Instituto Trata Brasil.
O processo de transformação começa quando a água, após escoar pelo ralo, é conduzida pela rede coletora do município até a Estação de Tratamento de Esgoto de Jundiaí (ETE-J). Construída em 1996 pela CSJ, esta estação é considerada uma das mais eficientes do país em remoção de carga orgânica.
“O sistema de tratamento de esgoto possui várias fases. Cada uma delas tem seu papel e todas são importantes para que o esgoto seja tratado e possa voltar ao rio”, explica Ana Paula Fernandes Abrahão, Gerente Ambiental, Social e de Governança da CSJ.
Começando pelo gradeamento, onde os resíduos sólidos são separados, passando pela elevatória, decantação, lagoas de aeração e lagoas de decantação, cada fase desempenha um papel fundamental nesse processo.
O processo
A primeira etapa se chama gradeamento, onde os resíduos sólidos são separados do esgoto, tais como plásticos, panos e outros objetos. Esse lixo é recolhido e levado para um aterro sanitário, onde será descartado corretamente.
A fase líquida então segue para a elevatória, onde bombas submersas elevam o esgoto até a próxima fase do sistema de tratamento. Nesta etapa, os tanques de decantação removem a areia que chega junto com o esgoto, a qual também irá para o aterro sanitário.
A partir daí, o esgoto é dividido em três lagoas de aeração, onde se dá o tratamento biológico, que cria condições para acelerar o processo natural de limpeza da água através de bactérias em um ambiente controlado. As bactérias se alimentam da matéria orgânica e com isto eliminam os poluentes sem adição de nenhum produto químico. A ETE-J foi a primeira a utilizar aeração por membranas no Brasil e, até hoje, é a maior em extensão.
Na sequência, o processo segue para as lagoas de decantação. Nelas, os flocos de matéria orgânica suspensos decantam no fundo, formando um lodo que será, aos poucos, compactado. Um dos aspectos mais notáveis do tratamento é o destino do material resultante.
“No melhor exemplo de Economia Circular, todo ano, cerca de 35 mil toneladas de lodo removidos do sistema de tratamento deixam de ser descartadas e seguem para a empresa Tera Ambiental, onde passam por um processo de compostagem que as transforma em fertilizante orgânico classe B, de utilização segura na agricultura”, destaca Ana Paula.
Após todas as etapas serem concluídas, o esgoto tratado pode ser devolvido ao Rio Jundiaí sem causar danos ao meio ambiente. Este trabalho resultou na melhoria considerável da qualidade da água do rio, permitindo que sua água pode ser consumida novamente, após tratamento.