
A delegada que será responsável pela investigação da morte de João Alberto Silveira Freitas (40), disse à Folha de S. Paulo que o caso não foi de racismo. No entanto, Roberta Bertoldo não explicou o porquê da declaração.
João Alberto foi espancado até a morte por dois seguranças de um dos supermercados da rede Carrefour, em Porto Alegre. Os suspeitos, de 24 e 30 anos, foram presos em flagrante.
Um dos homens é policial e foi encaminhado para um presídio militar. Enquanto isso o outro homem, segurança de loja, foi encaminhado para um prédio da Polícia Civil. A investigação, que será apurada pela 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Porto Alegre, trata o crime como homicídio qualificado.
Já para o pai de João Alberto, João Batista Rodrigues Freitas, a morte do filho é classificada como “agressão covarde”.
“Não sei como começou a confusão, o que está registrado é que muita gente registrou uma agressão covarde onde três pessoas começaram a bater no meu filho até levar à morte. A mulher dele estava junto, tentou tirar o cara que estava enforcando ele com o joelho contra o chão e o outro segurança empurrou”, contou para o G1.
Além disso, João Batista acredita que o crime contra o filho foi sim um “ato de racismo”. “Eu parto da ideia que não é possível [o filho] sofrer a agressão se não tivesse motivo de uma raiva, uma fúria. Para mim, é um ato de racismo”.
Ainda nesta sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, declarou que “no Brasil não existe racismo”. De acordo com Mourão, “isso é uma coisa que querem importar para o Brasil, não existe racismo aqui. Eu digo para você com toda tranquilidade, não tem racismo aqui. Eu morei nos Estados Unidos, racismo tem lá.”