
É fato que as Olimpíadas de Tóquio trouxe muita alegria para o povo brasileiro, principalmente durante a situação que o país vive hoje, mas mesmo depois de seu encerramento, as competições internacionais se tornaram uma chave de mudança no Brasil.
Esta foi a primeira edição das Olimpíadas em que foi aceita a modalidade de skate nas competições, e as equipes canarinhas trouxeram medalhas para casa, com os nomes Rayssa Leal, Kelvin Hoefler e Pedro Barros.
O sucesso foi tanto, que os governos estaduais e municipais por todo o país têm investido cada vez mais no esporte. Barros, por exemplo, foi destaque na entrega da nova pista, no Mundo das Crianças, homologada pela Federação Paulista de Skate (FPS), neste sábado (21).
Várzea Paulista também iniciou a construção de uma pista, na Vila Popular, com auxílio do governo estadual. Itupeva inaugurou o espaço destinado ao esporte e a prefeitura anunciou a criação de uma escolinha de iniciação ao skate.
Só em São Paulo, são 113 pistas de skate, e nos próximos anos ainda serão construídas mais três, de acordo com a Prefeitura da cidade. Além disso, a cidade de Porto Alegre prometeu que entregará a maior pista de skate da América Latina em setembro.
“A gente sente uma procura maior em diversos aspectos, desde procura por cursos de capacitação, atletas se federando, prefeituras pedindo projetos, novas competições. Temos uma demanda bem maior depois da Olimpíada”, afirmou Roberto Maçaneiro, presidente da FPS.
Vendas e produção à todo vapor
A fábrica Decks Brasil, no interior de São Paulo, disse ter dobrado a produção de skates, para atender um aumento de 600% nas vendas do equipamento pela internet desde o início da pandemia.
De acordo com reportagem do R7, a empresa conta estar produzindo cerca de 500 shapes (base de madeira do skate) por semana. O proprietário da Decks, Felipe Helou, conta que abriu a empresa aos 17 anos, nos fundos de casa.
O empresário é formado em Administração e Marketing, e nunca teve carteira de trabalho. Hoje comemora a exportação de shapes para a América do Sul, mas reconhece que a caminhada não foi simples. “No começo, era mais difícil. O mercado demonstrava certa desconfiança pela minha idade e pelo fato de ser uma empresa nova. Hoje, as coisas melhoraram”, confessa Felipe.
Eduardo Dias, empresário e vice-presidente da Confederação Brasileira de Skate, explica que a pandemia teve influência no aumento da procura pela modalidade: “Com a proibição da prática de esportes coletivos para evitar aglomerações na pandemia, os esportes individuais ganharam espaço, principalmente o skate”.
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