São Francisco de Assis
Foto: Criada por Inteligência Artificial/ openart.ai

Em homenagem ao amor seu amor pelos animais, nesta sexta-feira, 4 de outubro, é celebrada como o Dia Mundial de São Francisco de Assis. Nesta data, igrejas ao redor do mundo realizam a bênção dos animais, um ritual que reflete o espírito do Santo.

São Francisco de Assis, nascido Giovanni di Pietro di Bernardone em 1181 ou 1182, na cidade italiana de Assis, dedicou sua vida à simplicidade, humildade e compaixão por todas as criaturas. Entre as histórias mais conhecidas sobre sua vida, está o famoso episódio de Gubbio, no qual São Francisco teria amansado um lobo feroz que aterrorizava uma vila. Ao dialogar com o animal, ele demonstrou que a violência não era necessária e fez com que o lobo e os habitantes da vila coexistissem em harmonia.

Outra lenda muito contada é a pregação de São Francisco aos pássaros. Diz-se que, em uma de suas caminhadas, ele viu um grupo de pássaros reunidos e decidiu parar para falar-lhes sobre o amor de Deus. Os pássaros, segundo o relato, permaneceram quietos e atentos enquanto o Santo falava, como se realmente estivessem ouvindo sua mensagem.

Em 1979, o Papa João Paulo II declarou São Francisco de Assis o “Patrono dos Ecologistas”, reconhecendo sua ligação profunda com a natureza e sua visão de uma criação interligada e harmoniosa.

O espírito de São Francisco nos movimentos de proteção animal

Além das cerimônias religiosas, o Dia de São Francisco também serve para refletir sobre a responsabilidade humana na proteção dos animais, em sintonia com os ensinamentos do Santo.

Há muito tempo, organizações de proteção animal promovem campanhas de conscientização, visando a melhoria das condições de vida dos animais e o combate à crueldade. Um exemplo claro dessa ligação entre a herança de São Francisco e os protetores de animais é a policial civil e vice-presidente da Instituto animal Focinho Feliz, Alessandra Prandi, que conta ao Tribuna de Jundiaí, que sua paixão pela proteção animal começou desde cedo.

“Sou filha de pai biólogo e mãe protetora de animais, então cresci aprendendo a amar e a protegê-los. Minha primeira briga foi aos 9 anos, ao tentar impedir que uma amiga destruísse um formigueiro”, conta.

Alessandra Prandi. Protetora dos animais, assim como São Francisco
Alessandra é policial civil, vice-presidente do Instituto Focinho Feliz e ajudou nos resgates dos animais no Rio Grande do Sul (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi ai que, ao testemunhar situações de abandono e maus-tratos, Alessandra percebeu que precisava agir. “O sofrimento deles me incomodava profundamente e, assim, decidi me dedicar à proteção animal. Essa missão se tornou meu propósito de vida.”

Prandi também conta um dos casos da causa animal que mais a tocou. “Ao longo de mais de 20 anos, resgatei centenas de animais, porém a experiência em resgatar dezenas deles, vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, foi o que me marcou profundamente. Cada vida que eu encontrava, cada olhar perdido, gerava um desespero imenso para salvar todos. A luta contra as chuvas foi intensa, mas a gratidão que recebi deles ao serem resgatados foi indescritível.”

“Essa experiência me ensinou que, mesmo nas piores situações, o amor pode prevalecer e fazer toda a diferença.”

Alessandra também destaca a importância da conscientização da sociedade. “Enxergo essa relação como fundamental para a construção de um futuro mais ético e justo. Infelizmente, os animais ainda são desprezados e desconsiderados, reflexo de uma cultura que frequentemente ignora seu sofrimento. Essa indiferença é alarmante, especialmente considerando que eles são seres tão puros e inocentes, que não merecem tais maus-tratos.”

ALESSANDRA PRANDI DESTACA ALGUNS PONTOS SOBRE A conscientização da sociedade EM RELAÇÃO AOS ANIMAIS

“Se fui da rua, hoje não lembro mais!”

Em comemoração a São Francisco de Assis, o Tribuna de Jundiaí também trouxe histórias inspiradoras de adoção animal. Uma delas é a de Thaise Chaves, de 39 anos, comissária de bordo, e seu filho Lucas, de 6 anos, que mudaram suas vidas ao acolher Guri, um cão resgatado das enchentes do Rio Grande do Sul.

Thaise conta que a adoção surgiu de forma inesperada, após uma visita a uma feira no Maxi Shopping. “Fomos só para ver os cachorros, porque o Lucas ama muito”, diz ela. Na ocasião, apenas cinco cães mais velhos estavam disponíveis, já que a maioria das pessoas costuma buscar filhotes. Mas algo especial aconteceu. “O Guri já foi direto no colo do Lucas e deu um ‘lambeijo’. O Lucas se apaixonou por ele de cara”, lembra Thaise.

Ao ouvir a história de Guri, um cão que já havia passado por muitos traumas, a família não resistiu. “Não teve como não amolecer o coração e levar o Gurizinho para casa.”

Thaise e Guri, cão adotado do Rio Grande do Sul
Thaise é comissária de bordo e adotou o Guri em uma feira de adoção no Maxi Shopping Jundiaí (Foto: Arquivo Pessoal)

Desde então, a adaptação foi mais que positiva. “Ele é extremamente carinhoso e dócil. Você consegue sentir a gratidão dele por estar com a gente”, explica Thaise. Guri, agora um membro da família, acompanha Lucas todos os dias à escola. “Quando chegamos na porta, ele uiva chamando o Lucas. É muito lindo o amor e a amizade dos dois.”

Thaise destaca a importância da adoção, principalmente de animais mais velhos, como Guri. “Sabemos que muitas pessoas buscam por um tipo específico de cão, mas elas deveriam saber que o amor que esses cães resgatados e com tantos traumas nos dão é impagável”, afirma.

Guri e sua família
Guri agora tem uma “vida de rei”, com direito até a passeios em cachoeiras com a nova família (Foto: Arquivo Pessoal)

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