O presidente do Irã, Hassan Rouhani, afirmou neste sábado (11) que o país “lamenta profundamente” ter abatido o avião civil ucraniano. “Uma grande tragédia e um erro imperdoável”, acrescenta.
O líder supremo do Irã foi informado na sexta-feira (10) das investigações e exigiu que a informação fosse publicada. O avião foi confundido com um míssil de cruzeiro.
“O inquérito interno das forças armadas concluiu que lamentavelmente mísseis lançados devido a erro humano provocaram a queda horrível do avião ucraniano e a morte de 176 inocentes”, escreveu Rouhani no Twitter.
Em um segundo tweet, o presidente do Irã diz: “Os meus pensamentos e orações vão para todas as famílias de luto. Ofereço as minhas mais sinceras condolências”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Javad Zarif, apresentou “as desculpas” do país pela catástrofe envolvendo o Boeing 737 da companhia Ukrainian Airlines, depois de as forças armadas terem igualmente reconhecido que o avião foi abatido por erro.
O Estado-maior das forças armadas do Irã garantiu à população do país que “o responsável” pela tragédia do Boeing abatido na quinta-feira (9), nos arreadores de Teerã, vai ser apresentado à Justiça militar.
Avião confundido com míssil
Mais cedo, a televisão estatal iraniana difundiu uma declaração militar que atribuía o abate da aeronave a um erro.
O avião ucraniano voou perto de “um centro militar sensível” da Guarda Revolucionária. Devido às tensões com os Estados Unidos, os militares estavam no nível mais elevado de prontidão.
“Nestas condições, devido a um erro humano e de uma forma não intencional, o avião foi atingido”, declarou.
A aeronave foi abatida por um míssil de curta distância, revelou o responsável da divisão aérea Amirali Hajuzadeh.
O Boeing 737 decolou de Teerã com destino a Kiev, caindo dois minutos após a decolagem nos arredores da capital iraniana.
O acidente aconteceu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.
O avião transportava 167 passageiros e nove tripulantes de várias nacionalidades: 82 iranianos, 57 canadenses, 11 ucranianos, 10 suecos, 4 afegãos, 3 alemãs e 3 britânicos. Ucrânia e Canadá exigem uma investigação completa sobre o caso.
O responsável pela companhia aérea disse que nunca teve dúvidas que o acidente não tinha sido causado por qualquer problema do avião de quatro anos, que passou por uma inspeção dois dias antes e não detectou nenhuma falha.
Fonte: Agência Brasil