
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até o início de setembro foram registrados 159.411 focos de incêndio no país, um aumento de 100% em relação ao mesmo período em 2023. Este cenário trouxe consequências devastadoras: 60% do território brasileiro está coberto por fumaça, afetando diretamente a qualidade do ar e a saúde da população.
A seca, que ameaça grandes rios como o Madeira e o Paraguai, impactou drasticamente a maior metrópole do país. O rio Pinheiros mudou de cor – ficou verde – devido à proliferação de algas, um fenômeno causado pela falta de chuvas. Além disso, as cinzas das queimadas na Região Norte foram levadas pelo vento até a capital paulista, fazendo com que São Paulo se tornasse a cidade com pior qualidade do ar do mundo entre os dias 8 e 9 de setembro.
Esses eventos estão interligados e evidenciam os impactos diretos das mudanças climáticas no Brasil. A combinação de uma seca severa e a ação humana desordenada em biomas frágeis criaram um cenário drástico para o meio ambiente, afetando a saúde da população e a economia, com o aumento iminente no preço de alimentos básicos como açúcar, feijão e carne.
O que fazer?
O mundo está aquecendo devido à ação humana, e as consequências disso estão cada vez mais evidentes. As mudanças climáticas não são um fenômeno distante; elas estão aqui, agora, impactando o nosso cotidiano.
Se quisermos deixar um planeta sadio para nossos filhos e netos, é urgente efetivar medidas concretas para mitigar esses efeitos. Não podemos mais ignorar os sinais. Precisamos agir agora, com políticas públicas eficazes, conscientização ambiental e mudanças nos nossos hábitos de produção e consumo.
Temos, com a próxima eleição para prefeitos e vereadores, uma oportunidade concreta de fazer avançar o combate ao desequilíbrio do clima, exigindo a tomada das providências necessárias para frear essa tragédia. Este é o momento em que a cidadania está empoderada, em condições de exigir ações concretas dos políticos, que necessitam do voto para se eleger.
E isso é ainda mais importante no momento em que grande parte das medidas efetivas de combate ao aquecimento do clima depende de ações no âmbito municipal: as cidades são chave para enfrentarmos esse desafio.
Exigir dos candidatos uma pauta voltada para o combate ao desequilíbrio do clima com certeza fará uma grande diferença na vida de todos nós.
Artigo escrito por Miguel Haddad. Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.