Foto: Isac Nóbrega/PR
Foto: Isac Nóbrega/PR

Exibido na Cúpula Pela Democracia, evento dirigido pelo governo americano do democrata Joe Biden, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (10) que a sua gestão trabalha para “forjar uma cultura de diálogo, liberdade e inclusão social”. Mesmo tendo um amplo histórico de acusações de propagação de mentiras e de notícias falsas nas redes sociais, o governante discursou sobre o respeito às “liberdades” individuais, de pensamento, associação e expressão, “inclusive na internet”.

Nos últimos dez anos, o Brasil foi o país da América Latina que mais regrediu em termos de liberdade de expressão, com campanhas de desinformação chanceladas pelo governo federal e ataques à imprensa que não eram vistos desde a ditadura militar.

O vídeo com o discurso do presidente é exibido um dia após ele voltar a fazer críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), responsável por investigações em inquéritos relacionados a denúncias de fake news e organização de atos com pautas antidemocráticas como intervenção militar e outras.

Durante uma solenidade, na última quinta-feira (9), para comemorar o Dia Internacional Contra a Corrupção, Bolsonaro também criticou as engrenagens do Judiciário brasileiro e defendeu de forma entusiástica aliados que foram punidos pelo STF, como o deputado federal Daniel Silveira, que ficou preso por sete meses após publicar nas redes sociais vídeo com mensagens ofensivas e intimidatórias contra o ministro Edson Fachin. “Temos aqui um parlamentar que ficou sete meses preso. Se coloquem no lugar dele”, afirmou Bolsonaro. “Mas o que fazer? Será que queriam que eu tomasse medidas extremadas? Como é que ficaria o Brasil perante o mundo? Possíveis barreiras comerciais, problemas internos.”

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Bolsonaro, durante o discurso, ainda complementa: “Temos trabalhado com determinação para forjar uma cultura de diálogo, liberdade e inclusão social. Estamos empenhados em assegurar as liberdades de pensamento, associação e expressão, inclusive na internet. Algo essencial para o bom funcionamento de uma democracia saudável. Valorizamos o direito de todos de expressarem as suas opiniões e de serem ouvidos.”

O presidente também “reafirmou determinação em proteger e respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais de todos os brasileiros, independentemente da origem, raça, sexo, cor, idade ou religião, sem qualquer forma de discriminação”.

“A proteção dos direitos humanos é um valor inerente ao governo brasileiro e orientador de todas as nossas políticas públicas e programas sociais. A criação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos é resultado desse compromisso”.