Nesta quarta-feira (12), a Polícia Federal ouvirá o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que apura um suposto plano para golpe de Estado, denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Este é o quarto depoimento prestado por Bolsonaro à PF desde que deixou o Planalto. Agora, a corporação investiga o envolvimento do ex-presidente em uma trama anunciada pelo senador Do Val, em fevereiro deste ano.

O senador acusou Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) de organizarem uma reunião, quando Jair ainda era presidente, para propor que o senador participasse de um plano para golpe de Estado. O parlamentar disse, na época, que participo do encontro com o ex-presidente e o ex-deputado.

De acordo com Marcos do Val, ele esperava tratar somente de acampamentos com intenções golpistas mobilizados em apoio ao então presidente. No entanto, foi discutida a sua participação em um plano que envolvia a tentativa de gravar uma conversa com Alexandre de Moraes. O objetivo seria obter provas que pudessem levar à anulação do resultado das eleições presidenciais de 2022.

Controvérsias

Desde fevereiro, o senador apresentou diversas versões sobre do encontro. A princípio, do Val indicou que Bolsonaro havia colocado o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) à disposição para a entrega de escutas. Pouco tempo depois, atribuiu a fala a Daniel Silveira. Além disso, o senador disse que Jair Bolsonaro indicou concordar com a ideia. Em outro momento, retirou a informação. “Bolsonaro [só] ouviu tudo e ficou calado”, afirmou, acrescentando, porém, que o ex-presidente não rejeitou as ideias de Silveira.

Em depoimento à PF, em fevereiro, Marcos do Val declarou que Bolsonaro não teria mostrado contrariedade ao plano golpista. À GloboNews em junho, o senador afirmou que apresentou somente uma versão sobre o encontro. Ele disse que a versão dada à PF é “verdadeira e com detalhes”. A declaração aconteceu apenas algumas horas após o senador ter sido alvo de uma operação da PF, que investiga obstrução de investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro.