Câmara acelerou votação de projeto que iguala aborto ao crime de homicídio
Connect with us

Política

Câmara acelerou votação de projeto que iguala aborto ao crime de homicídio

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não anunciou a votação e declarou a aprovação da matéria em apenas 23 segundos, de maneira simbólica.

Published

on

Atualizado há

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, durante votação de projeto que iguala aborto ao homicídio
Foto: Reprodução/TV Câmara

Nesta quarta-feira (12), a Câmara dos Deputados aprovou, em votação relâmpago, a tramitação com urgência do projeto que equipara aborto a homicídio. Com isso, a votação do projeto irá diretamente para o plenário da Casa, e não passará por análise de comissões relacionadas ao tema do projeto.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não anunciou a votação e declarou a aprovação da matéria em apenas 23 segundos, de maneira simbólica. A votação simbólica ocorre quando não há registro de voto dos deputados no painel. Geralmente, parlamentares adotam esse método quando há consenso entre os participantes votantes.

Além disso, nenhum deputado protestou diante da condução atípica de Lira no momento da votação.

Discordâncias com a votação

O presidente da Câmara citou um acordo feito com as bancadas, mas não especificou sobre do que se tratava. Em seguida, perguntou se o PSOL queria se posicionar sobre a urgência. O deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) não se manifestou e Lira proclamou o resultado.

Depois, deputados do Psol, PC do B, PT e PSB registraram no microfone suas discordâncias com a votação do regime de urgência. Nos bastidores, deputados afirmam que o acordo para votação da urgência tinha como contrapartida o compromisso de suavizar o texto antes da votação do conteúdo, marcada para a próxima semana. Lira ainda não indicou quando o plenário da Casa analisará o projeto sobre aborto.

De acordo com o autor da proposta, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), com o texto, pretende “testar” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O presidente mandou uma carta aos evangélicos na campanha dizendo ser contra o aborto. Queremos ver se ele vai vetar [o projeto]. Vamos testar Lula”, afirmou.

Aborto é crime?

O projeto, iniciativa das alas conservadoras do Congresso, tem gerado discussão e polêmica nos últimos dias. Hoje, o Brasil não considera o aborto como crime nas seguintes situações:

Fora desses casos, a Constituição brasileira considera o aborto crime. Na prática, a mulher não vai presa, mas passa pelo constrangimento legal de responder a um crime. Dessa forma, igualar o aborto a homicídio o torna um crime de penalidades muito mais duras.

O texto altera o Código Penal e estabelece a aplicação de pena de homicídio simples nos casos de aborto em fetos com mais de 22 semanas nas situações em que a gestante:

  • provoque o aborto em si mesma ou consente que outra pessoa lhe provoque; pena passa de prisão de 1 a 3 anos para 6 a 20 anos;
  • tenha o aborto provocado por terceiro com ou sem o seu consentimento; pena para quem realizar o procedimento com o consentimento da gestante passa de 1 a 4 anos para 6 a 20 anos, mesma pena para quem realizar o aborto sem consentimentos, hoje fixada de 3 a 10 anos.

Além disso, a proposta altera o artigo que estabelece casos em que o aborto é legal, restringindo a prática em casos de gestação resultantes de estupro. De acordo com o texto, só poderão realizar o procedimento gestantes de até 22 semanas. Após esse período, mesmo em caso de estupro, a prática será criminalizada.

Pena para aborto pode ser maior que de estuprador

De acordo com o artigo 213 do Código Penal, a pena mínima para estupro é de 6 anos quando a vítima é adulta, mas pode chegar a 10 anos. Caso a vítima seja menor de idade, a pena mínima sobe para 8 a 12 anos.

No caso do estupro de vulnerável (Art. 217-A), quando a vítima tem menos de 14 anos ou é incapaz de oferecer resistência, a pena mínima é de 8 anos de reclusão, e o tempo máximo passa para 15 anos. Apenas quando o crime é praticado contra vulnerável e resulta em lesão corporal grave que a pena pode chegar a 20 anos.

Seguindo o texto do novo projeto, no caso de uma mulher adulta vítima de estupro que realize um aborto após a 22ª semana, a Justiça pode condená-la a 20 anos de prisão, enquanto o seu estuprador fique entre 6 e 10 anos preso.

Eleições 2024

Zé Dirceu em Jundiaí participa do lançamento da pré-candidatura de Bocalon

Published

on

Zé Dirceu em Jundiaí rodeado de apoiadores no lançamento da pré-candidatura de Bocalon à prefeitura de Jundiaí
Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Um domingo agitado marcou o cenário político com a presença do ex-ministro José Dirceu em Jundiaí. O petista, recentemente livre da pena imposta pela operação Lava Jato, prestigiou o lançamento da pré-candidatura de Ricardo Bocalon (PSB) à prefeitura da cidade. O evento, realizado neste domingo, 16, reuniu centenas de pessoas que, em fila, aguardavam ansiosas a oportunidade de registrar uma…

Continue Reading

Política

Primeira-dama Janja critica projeto de lei que equipara aborto ao crime de homicídio

Ela classifica como “preocupante” o avanço do projeto e que ele “ataca a dignidade das mulheres e meninas”

Published

on

Primeira Dama Janja
Janja classificou a proposta como "preocupante". Foto: José Cruz/Agência Brasil

Nesta sexta (14), a primeira-dama Janja da Silva manifestou-se em suas redes sociais sobre o projeto de lei da Câmara dos Deputados que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. Janja classificou a proposta como "preocupante" e afirmou que ela "ataca a dignidade das mulheres e meninas". Avanço do projeto no Congresso A declaração…

Continue Reading

Eleições 2024

Oposição em Jundiaí cria conselho político independente para debater a cidade

O conselho envolve toda a sociedade e conta com 52 conselheiros

Published

on

Foto: Divulgação

Em uma reunião com mais de 150 pessoas, o conselho político independente, formado pela oposição, tomou posse em Jundiaí. O evento, que contou com a participação da sociedade local, marcou a formação de um grupo apartidário com o objetivo de discutir e propor soluções para problemas da cidade. O conselho envolve toda a sociedade e conta com 52 conselheiros. Mauro…

Continue Reading

Política

PF indicia Juscelino Filho, ministro de Lula, sob suspeita de corrupção e organização criminosa

Filho é suspeito de participar de um esquema de desvio de emendas parlamentares – quando era deputado federal – para Vitorino Freire, no interior do Maranhão.

Published

on

Ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Nesta terça-feira (11), a Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório que indicia o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), por crimes como corrupção passiva, fraude em licitações e organização criminosa. O relator é o ministro Flávio Dino e o caso está sob sigilo. De acordo com nota emitida por Filho, o indiciamento "é uma ação…

Continue Reading

Eleições 2024

Pedro Bigardi anuncia sua pré-candidatura a vereador em Jundiaí

Published

on

Pedro Bigardi ex-prefeito de Jundiaí
Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

O ex-prefeito de Jundiaí, Pedro Bigardi, concedeu uma entrevista exclusiva ao Tribuna de Jundiaí para falar sobre sua recente decisão de lançar sua pré-candidatura a vereador nas próximas eleições municipais. Durante a conversa, Bigardi compartilhou suas motivações, prioridades legislativas e expectativas para o futuro da cidade, além de discutir a importância de uma Câmara Municipal independente e a aliança com…

Continue Reading