
Em diversos municípios, a contagem de votos realizada por fiscais, utilizando os Boletins de Urna (BUs) distribuídos ao final do pleito, pode revelar os candidatos vencedores antes da divulgação oficial do resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mais de 34,4 milhões de pessoas participarão da escolha de prefeitos e vereadores em 645 municípios do estado no próximo mês.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), desembargador Silmar Fernandes, destaca que a apuração dos votos ocorre na própria urna, com a emissão dos Boletins de Urna ao final da votação.
“Os fiscais vão com o seu celular, escaneiam o QR-Code impresso nos Boletins de Urna e já têm o resultado daquela urna. Eles se comunicam para fazer a apuração. Tem cidades em que às 17h10, às 17h15, você sabe quem é o vencedor. Eles começam a comemorar antes da divulgação do resultado oficial. E quando o resultado é divulgado, bate exatamente com aquilo que os próprios candidatos ou fiscais constataram horas atrás.”
Além do total de votos por candidato, os BUs mostram a quantidade de votos por partido, votos brancos e nulos, dados sobre o comparecimento do eleitorado, identificação da seção e zona eleitoral, a hora de encerramento da eleição e o código interno da urna eletrônica, entre outras informações.
A urna emite cinco vias obrigatórias do boletim ao final da votação, que são enviadas para a junta eleitoral e distribuídas entre os fiscais. Uma das cópias também é afixada no local de votação, e as entidades fiscalizadoras podem solicitar outras vias para análise no momento do encerramento.
Tecnologia e segurança dos Boletins de Urna
O QR-Code da versão impressa dos Boletins de Urna pode ser lido por meio do aplicativo Boletim na Mão, disponível nas lojas Google Play e App Store. Posteriormente, os dados do Boletim de Urna podem ser confrontados com os divulgados na página de Resultados do TSE ao final do pleito.
Além disso, os votos de cada urna mostrados nos Boletins de Urna são registrados em um arquivo denominado Registro Digital do Voto (RDV). Esse arquivo, que é uma tabela digital, grava cada voto de forma embaralhada, impossibilitando a identificação dos eleitores pela ordem de votação.
O arquivo RDV é assinado digitalmente e inclui um registro de horário para garantir a segurança. A assinatura digital e códigos únicos, chamados “hashes”, asseguram a integridade e autenticidade dos dados e dos programas que rodam na urna, prevenindo qualquer alteração indevida.
Confiança no sistema eletrônico
Para o desembargador Silmar Fernandes, o sistema eletrônico de votação garante a segurança do processo eleitoral.
“Usamos as urnas desde 1996, vai completar agora 28 anos. Não temos nenhum indício de que ela pode ser fraudada. Como todo mundo sabe, mas é bom a gente sempre repetir, a urna eletrônica não tem acesso à internet, tem inúmeras camadas de segurança. Além de a apuração do resultado já acontecer em cada urna, na hora de transmitir os dados para a totalização dos votos, a rede é criptografada, então o sistema é confiável, não tem um caso concreto que se possa dizer que houve fraude.”
Acompanhamento da apuração em tempo real
Qualquer pessoa pode acompanhar a apuração das eleições em tempo real após o encerramento da votação. A divulgação é realizada no Portal do TSE e pelo aplicativo Resultados, disponível nas lojas virtuais App Store e Google Play.
Através dessa ferramenta, é possível consultar o nome da candidata ou do candidato, o cargo em disputa, e também obter dados sobre comparecimento e abstenção, quantidade de votos válidos, brancos e nulos, bem como o número de seções totalizadas.
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