Pedro Bigardi ex-prefeito de Jundiaí
Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

O ex-prefeito de Jundiaí, Pedro Bigardi, concedeu uma entrevista exclusiva ao Tribuna de Jundiaí para falar sobre sua recente decisão de lançar sua pré-candidatura a vereador nas próximas eleições municipais. Durante a conversa, Bigardi compartilhou suas motivações, prioridades legislativas e expectativas para o futuro da cidade, além de discutir a importância de uma Câmara Municipal independente e a aliança com Ricardo Bocalon. A seguir, confira os principais trechos da entrevista, onde o ex-prefeito detalha suas propostas e visões para Jundiaí.

O que o levou a optar por uma pré-candidatura a vereador, em vez de disputar novamente a prefeitura de Jundiaí?

Fui e sou um servidor público durante toda a minha vida e a opção de me colocar como pré-candidato a vereador tem relação com o meu momento atual, estou querendo construir caminhos novos. Tem muita gente, de muitos setores da cidade, me pedindo para ajudar a abrir espaços de participação, serem ouvidos, construir projetos novos e eu entendo que um mandato na Câmara pode ser essa possibilidade de reconstrução.

Em suas redes sociais, você destacou a necessidade de uma Câmara Municipal independente e atuante. Como pretende contribuir para essa independência e atuação mais efetiva do legislativo?

Entendo que a Câmara Municipal tem que ser protagonista nos debates da cidade. O vereador não pode atuar somente como se fosse um atendente das pequenas demandas cotidianas da população. O vereador precisa fiscalizar os contratos e a atuação do Executivo, com independência política. De outro lado precisa ouvir os setores organizados da sociedade, as mães que precisam de creches, os trabalhadores e trabalhadoras que precisam de transporte, os artistas que precisam de espaço, enfim ouvir as pessoas. Aí não dá para trocar essa atuação firme e independente pelo silêncio e cargos no governo.

Quais serão suas principais prioridades legislativas caso seja eleito? Pode destacar três áreas específicas que você considera cruciais para a cidade?

Eu sou, por formação, uma pessoa que pensa a cidade como um todo. Já Trabalhei com Reurbanização de Favelas, com a Serra do Japi e meio ambiente, com transportes, bilhete único, tarifa social, enfim vejo a cidade de forma integrada, mas para citar só (risos) três áreas eu destaco:

Saúde: A conclusão do nosso Programa de construção das 4 UPAS para que o sistema de saúde do município, juntamente com o PA Central, e com o Hospital São Vicente, possa atender as pessoas com mais dignidade.

Educação: É preciso respeitar e ouvir os profissionais da educação, são eles que garantem a qualidade do ensino, o assédio moral não pode existir. Garantir inclusão e o acolhimento das crianças com deficiência.

Mobilidade: O Plano Diretor foi alterado e estamos assistindo um crescimento em áreas da cidade que em pouco tempo vão travar. Não tem sistema viário que suporte esse crescimento especulativo.

Sua decisão de não concorrer à prefeitura abre caminho para o apoio da federação PT-PCdoB-PV a Ricardo Bocalon. Qual é sua visão sobre essa aliança e como ela pode beneficiar Jundiaí?

Os partidos políticos passaram e passam por crises profundas e precisam se reinventar, a ideia da Federação é ninguém largar a mão de ninguém. Mas achamos que a Federação seria insuficiente para a reconstrução que queremos, por isso nos juntamos aos outros partidos (PSB, PDT), guardamos nossas divergências numa gaveta e nos juntamos para oferecer às pessoas um projeto alternativo e de oposição na cidade.

Ricardo Bocalon foi escolhido para representar o nosso projeto, como pré-candidato a Prefeito, porque tem experiência de governo e capacidade para liderar as nossas ideias e o nosso desejo maior de voltar a ter nas instâncias políticas da cidade a sensibilidade social e não um mero projeto de poder.

Quais são suas propostas para aumentar a participação popular nas decisões da Câmara Municipal e garantir mais transparência na gestão pública?

A Câmara de Jundiaí, infelizmente, deixou de ser o espaço dos grandes debates. Quando fui deputado Estadual estimulei a participação das pessoas com plenárias, audiências, frentes parlamentares, tudo era discutido. Precisamos implantar esse processo na cidade, nas instalações da Câmara e fora dela. Como diria o poeta “esse silêncio todo me atordoa”.

Quais são suas expectativas para o futuro político de Jundiaí e como você espera contribuir para um desenvolvimento mais justo e sustentável na cidade?

Sou uma pessoa de planejar tudo que faço, mas confesso que o momento é de concentrar na reconstrução da minha trajetória e da trajetória da política local e espero contribuir com isso, a partir da minha experiência.