Foto: Canva
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A Justiça determinou que as operadoras de telefonia e lojas de aplicativos retirem imediatamente o Telegram do ar. A ordem veio após o aplicativo de mensagens não entregar à Polícia Federal todos os dados sobre grupos neonazistas em sua plataforma a pedido da corporação.

As empresas de telefonia Vivo, Claro, Tim e Oi, juntamente com a Apple e o Google, que são responsáveis pelas lojas de aplicativos Playstore e App Store, receberão o pedido de suspensão ainda hoje.

Embora o Telegram tenha entregue uma parte dos dados solicitados na sexta passada, a PF ainda precisa dos dados de contato dos integrantes e administradores de um grupo com conteúdo neonazista, mas o aplicativo se recusou a fornecer os números de telefone. Como resultado, a Justiça aumentou a multa diária de R$ 100 mil para R$ 1 milhão até que os dados sejam fornecidos, além da suspensão do aplicativo.

Investigação

A Polícia Federal solicitou esses dados após a descoberta de que o assassino de uma escola em Aracruz, que matou quatro pessoas, interagia com grupos antissemitas por meio do Telegram. O pedido de quebra de sigilo da PF indica que o adolescente era membro de grupos de compartilhamento de material de extremismo ideológico, incluindo tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, tutoriais de fabricação de artefatos explosivos, de promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas.

O envolvimento de grupos extremistas em casos de violência em escolas tem sido objeto de investigação pelo Ministério da Justiça desde o caso de Aracruz. Em uma coletiva de imprensa após o caso de violência em uma creche em Blumenau, Flávio Dino, Ministro da Justiça, determinou a investigação de células que fazem apologia ao nazismo. Ele disse que a PF descobriu a conexão entre grupos neonazistas e adolescentes com influência para violência em escolas.