
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, convocou hoje (19) o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, para uma reunião no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro. Simultaneamente, o governo determinou o retorno do embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, de Tel Aviv para o Brasil, com sua viagem programada para amanhã, terça-feira (20).
As medidas foram tomadas em resposta às declarações consideradas graves feitas pelo governo de Israel. O governo israelense declarou o presidente Lula como “persona non grata” após uma declaração feita por ele no domingo (18), durante uma entrevista na Etiópia.
Lula comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza durante a guerra contra o grupo terrorista Hamas, ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista. As críticas do governo israelense e de entidades israelitas foram intensas.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, conduziu Frederico Meyer a uma reunião de reprimenda no Museu do Holocausto, em Jerusalém, informando ao governo brasileiro que Lula seria considerado “persona non grata” em Israel até se retratar das declarações.
Diplomatas brasileiros, ouvidos pela GloboNews sob condição de anonimato, consideraram a reação israelense como “desproporcional”, embora reconhecessem que o tom utilizado por Lula foi inadequado. Houve críticas à decisão de humilhar o embaixador brasileiro ao levá-lo ao Museu do Holocausto, considerando-a uma atitude fora dos padrões diplomáticos.
Diante desse cenário, alguns membros do Itamaraty argumentam que, dadas as circunstâncias, o presidente Lula não deveria se desculpar pelo que foi dito.