
Nesta terça-feira (17), o Governo Lula dispensou 40 militares que recebiam gratificação por atuação no Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República. As dispensas atingiram militares de patentes baixas, como soldados, cabos e sargentos, que atuavam na coordenação de administração do Alvorada, em setores como segurança. Ainda assim, esses profissionais continuam nas Forças Armadas, mas em outras funções.
O Presidente Lula (PT) determinou a dispensa desses militares em meio à desconfiança com a atuação durante os ataques golpistas do dia 8 de janeiro.
Lula afirmou, na semana passada, que integrantes das Forças Armadas e da Polícia Militar do DF foram coniventes com os atos de bolsonaristas radicais. Além disso, o Presidente disse que não tem condições de se mudar ainda devido ao estado de conservação do Palácio da Alvorada.
A Secretaria-Geral também dispensou um cabo da Aeronáutica que atuava na coordenação de administração da Granja do Torto; um tenente da Coordenação-Geral de Administração das Residências Oficiais; e um tenente-coronel da PM do DF, que era coordenador de Apoio Geral da Diretoria de Apoio às Residências Oficiais.
[tdj-leia-tambem]
Familiar do torturador Brilhante Ustra
Além dessas dispensas, o Gabinete de Segurança Institucional também teve cortes de militares. A pasta é responsável pela segurança do presidente, vice-presidente e dos palácios presidenciais.
Assim, uma das dispensas da GSI foi um dos assessores técnicos militares na Coordenação-Geral de Operações de Segurança Presidencial, o tenente-coronel do Exército Marcelo Ustra da Silva Soares.
De acordo com o portal Metrópoles, Marcelo faz parte da família de Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado e considerado um dos principais torturadores da ditadura militar. Segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade, DOI-Codi, órgão de repressão durante o período da ditadura, registrou pelo menos 45 mortes e desaparecimentos forçados. Ustra comandou o DOI-Codi de 1970 a 1974 e morreu em 2015, aos 83 anos de idade.
‘Herói’ de Bolsonaro
Em mais de uma ocasião, o ex-presidente Jair Bolsonaro demonstrava que considerava o torturador Brilhante Ustra um “herói nacional”.