Mauro Cid
Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

O advogado Cezar Bittencourt, responsável pela defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, afirmou nesta quinta (17) que seu cliente irá declarar que vendeu as joias da Presidência nos Estados Unidos sob ordens de Jair Bolsonaro e entregou o dinheiro ao ex-presidente. A informação foi inicialmente reportada pela revista Veja e posteriormente confirmada pela TV Globo, que obteve a mesma declaração do advogado.

Cid, que foi uma figura de confiança de Bolsonaro durante seu mandato presidencial, encontra-se preso desde maio. De acordo com o Tribunal de Contas da União, os presentes recebidos pela Presidência deveriam ser incorporados ao patrimônio da nação e não vendidos como itens pessoais.

O advogado Cezar Bittencourt assumiu a defesa de Cid recentemente e afirmou em uma entrevista à GloboNews que Cid estava obedecendo a ordens superiores.

As investigações da Polícia Federal revelaram que as joias e presentes oferecidos a Jair Bolsonaro durante seu período como presidente começaram a ser negociados nos Estados Unidos a partir de junho de 2022.

Nesse contexto, Mauro Cid requisitou a lista de relógios recebidos como presentes pela Presidência até aquele ponto do mandato de Bolsonaro. Ele posteriormente retirou um conjunto de joias do acervo oficial, incluindo um relógio Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico, que foram entregues a Bolsonaro durante uma viagem à Arábia Saudita em outubro de 2019.

Durante uma viagem oficial aos Estados Unidos em junho do mesmo ano, Cid levou consigo esse kit de joias. A Polícia Federal constatou que ele não retornou ao Brasil com a comitiva presidencial, levando as joias para a residência de seu pai, em Miami. Pouco depois, ele vendeu alguns desses itens, incluindo o relógio Rolex. A PF encontrou evidências das transações financeiras relacionadas no celular de Mauro Cid, no valor de US$ 68 mil, que corresponde a R$ 332 mil.

Além disso, outra remessa de presentes oficiais deixou o Brasil em dezembro, transportada no avião presidencial quando Bolsonaro encerrou seu mandato. Mensagens do celular de Cid indicaram que ele levava consigo uma mala com destino à casa de seu pai, contendo esculturas douradas. A PF ressaltou que Mauro Cid possivelmente também transportou um conjunto de itens da marca Chopard destinados ao então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em uma viagem à Arábia Saudita.