
Deputados se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro, na tarde de quinta-feira (14), e após o encontro disseram que o governo iria rever o bloqueio de recursos no orçamento da educação.
Líderes de quatro partidos, entre eles do próprio presidente, disseram que Bolsonaro telefonou para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e determinou que novos cortes deixassem de ser feitos.
LEIA TAMBÉM:
MEC contraria discurso e congela verba de R$ 2,4 bilhões de educação básica
Bloqueio das universidades federais chega a R$ 2,2 bilhões
A informação foi dada pelos líderes do PSL, Delegado Waldir (GO), do Novo, Marcel Van Hattem (RS), do Podemos, José Nelto (GO), e do Cidadania, Daniel Coelho (PE).
“O presidente falou que não haverá contingenciamento na pasta da Educação”, disse Diego Garcia (Pode-PR), que também participou da reunião.
Após deputados narrarem a ordem de recuo no Ministério da Educação (MEC), a Casa Civil desmentiu em nota:
“Não procede a informação de que haverá cancelamento do contingenciamento no MEC. O governo está controlando as contas públicas de maneira responsável”.
Ainda de acordo com o MEC, a ligação entre o presidente e o ministro nem sequer existiu. Após a confusão, Weintraub dirigiu-se ao planalto para falar com o presidente que manteve o bloqueio.
O Ministério da Economia também disse em nota que a Presidência não pediu revisão no contingenciamento.
“Boato barato”
O Estado procurou novamente os líderes. Van Hattem disse estar “surpreso” com o desmentido. Garcia também reafirmou ter visto o telefonema.
Após a confusão, Joice Hasselmann (PSL-SP) disse que tudo não passava de um “boato barato”.
Deputados se incomodaram com a fala da líder do governo no Congresso. O líder do PROS, Capitão Wagner (CE), disse que o “boato barato” é do governo e afirmou que foi chamado para discutir o contingenciamento no MEC e a MP 870, que reestrutura a Esplanada dos Ministérios.
“Se boato ocorreu e se o boato é barato, o boato é do governo. Não vou admitir, sendo aliado do governo, ser chamado lá no Palácio do Planalto para tratar uma questão séria como essa, presenciar o presidente da República pegar um celular, ligar par ao ministro na presença de vários líderes partidários e, com todas as letras, o presidente disse ‘a partir de agora o corte está suspenso’. Se o governo não sustenta o que o presidente falou na frente de 12 líderes parlamentares, não sou que vou estar por mentiroso perante a nação”, afirmou Wagner à tribuna da Câmara.
Fonte: Estadão
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		