
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) chegou ao Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, no início da madrugada desta segunda-feira (24), cerca de 14 horas após receber voz de prisão da Polícia Federal (PF) e reagir a tiros e granadas.
O aliado do presidente Jair Bolsonaro atacou os policiais que foram ao interior do Rio de Janeiro para cumprir um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando os agentes da PF chegaram, às 11 horas, Jefferson jogou três granadas e deu tiros de fuzil. O cenário continuou até às 19 horas, horário em que Jefferson se rendeu.
Moraes, inicialmente determinou a volta ao regime fechado por Jefferson violar medidas da prisão domiciliar, como não participar de redes sociais, porém depois o ministro mandou prendê-lo em flagrante por tentativa de homicídio.
Confira os principais pontos do ocorrido:
- Jefferson estava em prisão domiciliar, determinada no inquérito sobre uma organização criminosa que atenta contra o Estado Democrático de Direito;
- Descumpriu várias medidas da prisão domiciliar, como usar as redes sociais, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e a segurança do STF e seus ministros, como ao ofender a ministra Cármem Lúcia;
- Após os descumprimentos, Alexandre de Moraes revogou a prisão domiciliar e decretou sua volta ao regime fechado;
- A fim de cumprir a ordem de prisão neste domingo (23), a Polícia Federal foi ao interior do Rio de Janeiro, porém foi atacada por Roberto Jefferson com granadas e fuzil – mesmo sem o direito de portar arma de fogo. A PF revidou após o ataque, mas não invadiu a casa do ex-deputado;
- Dois agentes ficaram feridos. Felizmente, ambos receberam atendimento em um hospital da região e receberam alta.
- O atual presidente, Jair Bolsonaro repudiou as ofensas a Cármen Lúcia e a ação armada, porém criticou o inquérito do STF e determinou a ida do ministro da Justiça, Anderson Torres, ao local;
- Apoiadores de Jair Bolsonaro foram para a porta da casa de Roberto Jefferson e hostilizaram a imprensa que estava no local. Um repórter cinematográfico foi agredido por bolsonaristas;
- O ex-deputado federal se entregou após 8 horas descumprindo a decisão do STF.
Moraes parabenizou a ação na rede social Twitter após a prisão de Jefferson: “Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos”, publicou o ministro do Supremo.
Já o presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou: “Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio.”
Porém vale ressaltar que, a prisão de Roberto Jefferson foi determinada por Alexandre de Moraes, e não por Bolsonaro. Além disso, ele falou em live neste domingo (23) que “não tem uma foto” com Roberto Jefferson, apesar de ter posado várias vezes com o aliado no Planalto.
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