'Não haverá aplicação da vacina em massa', afirma presidente da Fiocruz
Conecte-se conosco

Coronavírus

‘Não haverá aplicação da vacina em massa’, afirma presidente da Fiocruz

A estimativa é que a vacinação comece em março. “Terá que haver algum critério de priorização, mas isso ainda não foi definido”.

Publicado

em

Atualizado há

Vacina da Covid-19 a ser testada. (Foto: Freepik)
O imunizante será o desenvolvido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e a farmacêutica Astrazeneca, ainda em fase de testes.(Foto: Freepik)

A Fiocruz começa a produzir no Brasil, em janeiro de 2021, 210 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, contou a presidente da instituição, Nísia Trindade, em entrevista exclusiva ao Estadão. O imunizante será o desenvolvido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e a farmacêutica Astrazeneca, ainda em fase de testes. A produção, disse, poderá atender a uma fatia considerável da população, mesmo que sejam necessárias duas aplicações, o que seria suficiente para imunizar metade do país. 

A estimativa é que a vacinação comece em março. “Não vai haver uma aplicação em massa da vacina”, explicou Nísia. “Terá que haver algum critério de priorização, mas isso ainda não foi definido”.

A produção de 100 milhões de doses nos primeiros seis meses será feita com a importação do chamado ingrediente farmacêutico ativo, o principal insumo do imunizante. A partir do 2º semestre, porém, o Brasil já terá produção de forma autônoma, pelo acordo de transferência de tecnologia com o laboratório. 

Segundo ela, “no 2º semestre, já com a produção inteiramente nacional, serão mais 110 milhões de doses. Um total de 210 milhões de doses em duas etapas”. O contrato entre Fiocruz e Astrazeneca é de US$ 250 milhões (R$ 1,4 bilhão). Com isso, o país garantirá a autonomia na produção da vacina. Terá também acesso à tecnologia inédita no desenvolvimento de imunizantes, que já se revelou promissora.

Eventualmente, o País terá à sua disposição, além da vacina de Oxford, outros imunizantes, como a Coronavac, chinesa, e a Sputnik V, russa. Segundo Nísia, usar diferentes produtos desse tipo simultaneamente não é inédito, mas exige cuidados. “Tem que ser tudo bem organizado”, alertou. 

Diria que a produção da vacina contra a Covid é a missão mais importante da Fiocruz em seus 120 anos de vida? 

A Fiocruz esteve à frente da pesquisa sobre o HIV e a febre amarela, além de participar da construção do SUS. Mas diria que, sim, é um dos marcos históricos da Fiocruz. Vivemos um momento único, de impacto em todas as esferas. Tanto que vários historiadores já disseram, inspirados por (Eric) Hobsbawn (historiador britânico), que esta epidemia seria o marco do início deste século.

A Fiocruz pretende produzir somente a vacina de Oxford ou também outras? 

Para a Covid-19 vamos produzir a vacina de Oxford. Lembrando que não é possível começar a produção sem a conclusão dos ensaios clínicos de fase 3. Mas nossa expectativa é muito positiva. Muito provavelmente, ela vai apresentar bons resultados. Essa é a vacina que produziremos nos próximos dois anos. No futuro, pode ser que tenhamos até mesmo desenvolvimento de imunizantes nacionais. Mas neste momento vamos produzir só a de Oxford.

Como foi o processo de escolha? Por que a vacina de Oxford foi a selecionada? 

Não foi uma decisão unilateral da Fiocruz, foi um processo com muitos atores institucionais – Ministérios da Saúde, da Economia, entre outros. Mas alguns elementos foram importantes nessa escolha. A vacina de Oxford foi a primeira a entrar na fase 3 (de testes em larga escala com humanos). Outro fator, a possibilidade de podermos produzir tudo em Biomanguinhos (fábrica da Fiocruz). A partir do 2º semestre, todas as etapas da produção serão nacionalizadas, teremos o domínio da tecnologia. Um último aspecto importante é que essa plataforma tecnológica desenvolvida por Oxford é promissora. É uma nova tecnologia considerada para o futuro das vacinas e da imunização.

Qual o calendário de produção e quando começa a vacinação? 

Começamos a produzir em janeiro. Até fevereiro teremos as primeiras 30 milhões de doses para o Programa Nacional de Imunização (PNI). Paralelamente, já estão sendo enviados à Anvisa todos os dados da pesquisa e um pacote final será enviado entre janeiro e fevereiro. Não dá pra dizer quando começa a vacinação, mas nossa expectativa é ainda no 1º trimestre. Até o fim do 2º semestre teremos 100 milhões de doses. No 2º semestre, já com produção inteiramente nacional, serão mais 110 milhões – 210 milhões em duas etapas.

Os insumos também serão produzidos aqui ou importados? 

Sempre há insumos importados. Mas o importante é que a partir do 2º semestre o ingrediente farmacêutico ativo será inteiramente produzido por nós, o que nos dá autonomia.

A Fiocruz produz dez vacinas do PNI. A produção da vacina contra a Covid-19 terá algum impacto nessa produção? 

Não. Essa vacina é feita a partir de uma tecnologia diferente. Estamos aproveitando uma área que era destinada à produção de um biofármaco, adaptando essa linha extra já existente. Não terá impacto negativo na produção das outras.

A produção de 210 milhões de doses é suficiente para imunizar toda a população brasileira? 

Tudo depende da estratégia a ser adotada. Alguns estudos mostram que os melhores resultados são obtidos com duas doses. Nesse caso, teríamos o suficiente metade da população. Mas isso não está definido. Um comitê de especialistas vai determinar a estratégia.

Quem será vacinado primeiro? 

Não vai haver uma aplicação em massa da vacina. Terá que haver algum critério de priorização, mas isso tudo ainda não foi definido. Até porque algumas definições dependem ainda dos resultados da fase 3.

Qual é a expectativa do porcentual de eficácia da vacina? 

A Anvisa aceitará vacinas com pelo menos 50% de eficácia. No caso da de Oxford, a expectativa é de que seja mais alta.

Outras vacinas devem estar disponíveis, como a Coronavac e a Sputnik V. Como seria essa distribuição? 

Muitos epidemiologistas têm discutido isso. Uma vacina pode ser mais adequada para idosos, por exemplo. Agora precisa ter coordenação nacional. Tem de tudo ser muito bem organizado. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Coronavírus

OMS declara fim da pandemia da Covid-19

Os especialistas da Organização Mundial da Saúde chegaram à conclusão de que o vírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional.

Publicado

em

Por

Em pouco mais de três anos de pandemia, cerca de 20 milhões de pessoas morreram em decorrência do coronavírus (Foto: Reprodução)

Nesta sexta-feira (5), a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou o fim da pandemia da Covid-19. De acordo com seus especialistas, o vírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional. Portanto, a emergência da pandemia está oficialmente declarada como encerrada. Ainda assim, segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, o anúncio não significa que o vírus desapareceu. Atualmente, ainda há…

Continuar lendo

Coronavírus

Governo libera vacina bivalente contra a Covid-19 para todos acima de 18 anos

Vacinação com a bivalente é ampliada após atingir apenas 16% do público-alvo nas primeiras etapas da campanha.

Publicado

em

Por

Homem sendo vacinado em Jundiaí
Decisão ocorre diante um cenário de vacinas paradas nos estoques por conta da baixa procura pela imunização de reforço (Foto: Prefeitura de Jundiaí)

Na noite desta segunda-feira (24), o Ministério da Saúde anunciou a liberação da vacina bivalente de reforço contra Covid-19 para qualquer pessoa acima de 18 anos de idade. Podem receber a bivalente quem já recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes, como Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer. A aplicação da bivalente deve acontecer em um intervalo de pelo menos quatro…

Continuar lendo

Coronavírus

Governo de SP derruba obrigatoriedade do uso de máscara no transporte em todo o Estado

A medida vale para trens, ônibus intermunicipais e metrôs de todo o Estado de São Paulo.

Publicado

em

Jovem com máscara no ônibus. (Foto: Divulgação)
A decisão considerou a desobrigatoriedade após melhora nos indicadores da pandemia da Covid-19 (Foto: Divulgação)

Nesta semana, o Governo de São Paulo retirou a obrigatoriedade do uso de máscaras no transporte público em todo o Estado. Assim, a partir de agora, não é mais obrigatório utilizar o item de segurança em ônibus intermunicipais, trens e metrô. Ainda assim, para ônibus municipais, a decisão partirá de cada prefeitura. A medida acontece um dia depois da Anvisa…

Continuar lendo

Coronavírus

Covid: Jundiaí abre agendamento para vacina bivalente para idosos e imunossuprimidos

O imunizante é uma versão atualizada dos já existentes contra a Covid-19 e pode oferecer uma proteção ainda maior contra a cepa original e subvariantes.

Publicado

em

Por

O agendamento abre nesta terça-feira (28), para idosos +70 e imunossuprimidos +12 (Foto: Prefeitura de Jundiaí)

A Saúde de Jundiaí abrirá novo agendamento para doses de vacina Pfizer bivalente contra a Covid-19, nesta terça-feira (28), às 15h. Idosos com 70 anos ou mais e imunossuprimidos com 12 anos ou mais podem agendar pelo site ou APP Jundiaí. Para tomar a dose bivalente, a pessoa deve ter recebido, no mínimo, duas doses da vacina monovalente (Janssen, Pfizer, CoronaVac ou Astrazeneca).…

Continuar lendo

Coronavírus

Covid: Saúde amplia vacinação com Pfizer Baby para crianças de 3 a 4 anos

A versão pediátrica do imunizante começa a ser aplicada nessa faixa etária a partir de segunda-feira (13)

Publicado

em

Por

Confira o calendário de aplicação da vacina contra Covid-19 em Jundiaí (Foto: Prefeitura de Jundiaí)

A partir desta segunda-feira (13), Jundiaí passa a aplicar a vacina Pfizer Baby também em crianças de 3 a 4 anos. A princípio, essa versão do imunizante estava disponível apenas para o público de seis meses a 2 anos. Durante a semana, a aplicação ocorre de acordo com calendário de imunização da cidade, disponível no site da Prefeitura de Jundiaí. Em…

Continuar lendo
Publicidade