Nesta terça-feira (1°), a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou o uso emergencial da Coronavac, vacina contra Covid19. Essa é a sexta vacina a ser aprovada pelo órgão e uma das três que já são utilizados no Brasil.

A OMS se baseou em evidências disponíveis por estudos e recomendou a aplicação da vacina em adultos de 18 anos ou mais. Assim como já vêm sendo aplicado, a imunização completa precisa de duas doses, com um intervalo de quatro semanas entre elas.

Segundo a entidade, a Coronavac “atende aos padrões internacionais de segurança, eficácia e de fabricação”, e “seus requisitos de armazenamento fáceis a tornam muito gerenciável e particularmente adequada para cenários de poucos recursos”.

Resultados de eficácia

A organização considerou para a aprovação da vacina os dados da eficácia que mostraram 51% da prevenção de casos sintomáticos da Covid19 e 100% da prevenção de casos graves em pessoas imunizadas durante as pesquisas. Esses número correspondem aos resultados divulgados pelo Instituto Butantan em janeiro de 2021.

No entanto, dados posteriores apontaram que a vacina teria uma efetividade menor fora dos ensaios clínicos. Esses números que apresentavam a efetividade menor que a eficácia nos estudos foram contestados pelo Butantan.

Ao aprovar o uso emergencial da Coronavac, a OMS considerou que poucos participantes com mais de 60 anos haviam sido incluídos nos ensaios clínicos, e, por isso, a eficácia não pôde ser estimada para este grupo. Entretanto, a entidade não recomendou um limite máximo de idade para receber a vacina.

Isso porquê dados obtidos depois dos testes, em outros países, sugerem que a vacina provavelmente proteja o sistema imunológico de pessoas idosas contra o vírus. “Não há razão para acreditar que a vacina tenha um perfil de segurança diferente em populações mais velhas e mais jovens”, considerou a OMS. Ainda reforçou que os países devem aplicar a vacina em grupos de idade avançada e monitorar a segurança e eficácia, acompanhando o impacto e contribuir para a melhor recomendação para o resto do mundo.

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Estudo do Butantan

O Instituto Butantan realizou neste ano um teste de vacinação em massa com a população de Serrana, no interior de São Paulo. Como resultado, a cidade vacinou mais de 90% da população com a Coronavac e obteve redução de 80% dos casos assintomáticos, menos 86% das hospitalizações e 95% na queda de mortes decorridas pelo vírus.

Em março, Serrana registrava 699 casos da doença e 20 mortes. Em abril, após o início do teste, os números caíram para 251 casos e 6 mortes, considerando o mesmo período. De acordo com os cientistas que conduziram o teste, após 75% da população imunizada com a segunda dose, já é possível observar um controle da pandemia.