
As festas de fim de ano costumam ser marcadas por encontros, celebrações e brindes. No entanto, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas nesse período pode trazer consequências importantes para a saúde, tendo a ressaca como um dos primeiros sinais de alerta do organismo. Para orientar a população sobre como aproveitar as confraternizações de forma mais segura, a coordenadora de Clínica Médica do Pronto-Socorro do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), em Jundiaí (SP), Dra. Caroline Moreno, compartilha informações e cuidados essenciais.
Segundo a médica, o álcool em excesso afeta diversos sistemas do corpo. “Quando o álcool é ingerido em excesso, diversos sistemas do corpo são impactados. No sistema nervoso central, os efeitos incluem sonolência, dores de cabeça, tontura e diminuição dos reflexos. Já o fígado, órgão responsável por metabolizar o álcool, entra em sobrecarga ao tentar processar grandes quantidades da substância, o que pode resultar em náuseas, vômitos e sensação intensa de mal-estar”.

Desidratação agrava os sintomas da ressaca
Outro fator determinante para o surgimento da ressaca é a desidratação. O álcool possui efeito diurético, aumentando a eliminação de líquidos pela urina. Esse processo reduz a hidratação do organismo, eleva a viscosidade do sangue e, associado aos metabólitos produzidos pelo fígado durante a metabolização do álcool, intensifica os sintomas no dia seguinte.
Entre os sinais mais comuns da ressaca estão dores de cabeça, náuseas, vômitos, sede intensa, fadiga, irritabilidade e tontura. Esses sintomas indicam que o organismo está sob estresse e em processo inflamatório, tentando se recuperar de uma exposição considerada excessiva.
Não existe consumo totalmente seguro
A especialista reforça que não há uma quantidade de álcool totalmente segura. “Não existe uma quantidade de álcool totalmente segura e isenta de riscos. Os efeitos variam de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como peso, sexo, velocidade do consumo, se houve alimentação prévia e o uso concomitante de medicamentos. Por isso, mesmo quantidades que parecem pequenas podem provocar reações importantes em algumas pessoas”.
Ela também alerta para a banalização da ressaca. “Ela funciona como um sinal precoce de alerta do organismo, indicando exposição ao álcool em níveis potencialmente perigosos. Quando frequente, o consumo excessivo pode aumentar o risco de doenças relacionadas ao fígado, alterações neurocognitivas e problemas cardiovasculares”.
Cuidados após exagerar na bebida
Após o consumo excessivo de álcool, alguns cuidados imediatos podem auxiliar na recuperação. A ingestão lenta e frequente de líquidos, especialmente água, é fundamental para combater a desidratação. O descanso e a recuperação do sono também são indispensáveis. Em determinadas situações, analgésicos simples podem ser utilizados, desde que com orientação adequada.
Por outro lado, algumas práticas devem ser evitadas. Não é recomendado ingerir mais álcool na tentativa de “amenizar” os sintomas, pois isso prolonga a intoxicação. O uso de chás, anti-inflamatórios ou outros medicamentos sem orientação médica também pode agravar o quadro e sobrecarregar ainda mais o fígado.
Equilíbrio é a melhor prevenção
Durante as festas de fim de ano, o equilíbrio é a principal forma de prevenção. Alternar bebidas alcoólicas com água, alimentar-se adequadamente e respeitar os limites do próprio corpo são atitudes simples que ajudam a garantir que as comemorações terminem bem, com mais segurança e saúde.