
No dia 28 de julho, é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, uma data que tem como objetivo reforçar a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças que afetam o fígado e podem causar complicações graves como cirrose e câncer hepático.
Para marcar a data, o Tribuna de Jundiaí conversou com o Dr. Danilo Duarte, infectologista e superintendente médico do Hospital Regional de Jundiaí (HRJ), unidade gerida pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês.
Os principais tipos de hepatite viral: A, B e C
Segundo o especialista, os tipos mais comuns são:
- Hepatite A: transmitida por via fecal-oral, por meio de água, alimentos ou mãos contaminadas. Também pode ser transmitida por relação sexual. “A infecção dura dias ou semanas até a cura”, explica o médico.
- Hepatite B: é transmitida pelo contato com sangue contaminado, durante relações sexuais desprotegidas, uso de objetos cortantes ou de mãe para filho (transmissão vertical).
- Hepatite C: também se dá pelo contato com sangue, com destaque para o compartilhamento de agulhas. “É importante o cuidado com pacientes em hemodiálise, por exemplo”, reforça Duarte.
Tanto a hepatite B quanto a C têm risco de se tornarem crônicas, podendo levar a complicações sérias de saúde ao longo dos anos, como cirrose e câncer de fígado, caso não sejam tratadas adequadamente.
Sintomas e evolução
O infectologista alerta que os sintomas nem sempre são evidentes, o que pode dificultar o diagnóstico precoce.
“Os sintomas da hepatite variam bastante e vão desde um mal-estar inespecífico como náusea, vômito, dor abdominal, dor de cabeça e indisposição até quadros mais severos em que a pessoa fica com a cor da pele amarelada, tem sangramento, o que pode levar à falência hepática e óbito”, afirma.
Quanto à evolução, ele explica: “A evolução para a fase crônica é uma questão imunológica do paciente. Os pacientes que contraem hepatite B por volta de 80% evoluem para a cura sozinhos, sem remédio, sem tratamento, e 20% podem se agravar. A hepatite C é o contrário: por volta de 80% podem se agravar e 20% acabam curando sozinhos, nos primeiros 6 meses após contrair o vírus”.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é realizado por exame de sangue (sorologia), capaz de identificar se a pessoa já teve ou está com hepatite. A testagem é indicada tanto para quem apresenta sintomas quanto para pessoas expostas a risco, como profissionais da saúde e do sexo.
Vacinação gratuita no SUS: principal forma de prevenção
No Brasil, o SUS oferece vacinação gratuita contra as hepatites A e B. A vacina contra a hepatite B é universal, aplicada em três doses, enquanto a vacina contra hepatite A está disponível para crianças entre 12 e 23 meses e grupos específicos com maior risco.
“As vacinas são muito importantes para a proteção contra a hepatite, atualmente temos para as hepatites A e B, que inclusive estão no programa nacional de imunização”, explica Duarte.
“A criança precisa tomar uma dose da vacina de hepatite B logo ao nascer e depois os pais ou responsáveis precisam seguir com a administração das demais doses. Para os profissionais da saúde também é indicado a vacinação da hepatite B e para profissionais em contato com esgoto ou água maltratada também é indicado a vacinação para hepatite A. Para hepatite C ainda não há uma vacina”, completa.
Crianças x Adultos: diferença no risco de infecção
“A diferença entre crianças e adultos é pensar que se a criança tomou todas as doses corretamente, dificilmente ela terá uma hepatite A ou B, já que as vacinas têm uma cobertura muito boa. A hepatite C pela forma de transmissão, que é por objetos cortantes, é muito mais comum em adultos e dificilmente teria um contágio em crianças”, explica o especialista.
Redução nos casos e esperança para o futuro
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, o Brasil registrou, entre 2014 e 2024:
- Queda de 50% no coeficiente de mortalidade por hepatite B
- Redução de 60% nos casos de hepatite C
A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, com o avanço tecnológico no diagnóstico e no tratamento, os óbitos por hepatites virais poderão ser reduzidos em 65% até 2030.
Casos em Jundiaí
Em Jundiaí, de acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, entre janeiro e maio de 2025, o município registrou 10 casos com o vírus B, 12 com o C e uma pessoa com os vírus B e C.
A testagem rápida está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), clínicas da família, no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vetor Oeste, mediante avaliação clínica.
A vacina contra hepatite B também é oferecida gratuitamente nas unidades de saúde, reforçando o compromisso do município com a detecção precoce e o controle das hepatites virais.
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