
A população idosa é uma das mais vulneráveis e, por esse motivo, precisa de cuidados especiais. Com a debilidade física e a diminuição da mobilidade, medidas de prevenção de acidentes são cruciais para garantir a segurança e bem-estar deles.
Um dos problemas mais comuns enfrentados por idosos é a queda. De acordo com o Serviço Móvel de Urgência e Emergência (SAMU) de Jundiaí, houve 1.074 ocorrências de quedas entre pessoas acima de 65 anos apenas no último ano. Esse tipo de atendimento é uma das demandas mais frequentes na unidade.
O médico coordenador do SAMU, Dr. Mario Jorge Kodama, fala sobre os fatores de risco, os tratamentos e as medidas preventivas relacionadas a esse problema. Segundo ele, as quedas não são uma consequência inevitável do envelhecimento, mas podem sinalizar o início de fragilidade ou indicar uma doença aguda. Além disso, as quedas têm um impacto enorme na vida dessas pessoas, incluindo custos sociais, econômicos e psicológicos grandes, aumentando a dependência e a institucionalização.
“Estima-se que há uma queda para um em cada três indivíduos com mais de 65 anos e que um em vinte daqueles que sofreram uma queda sofram uma fratura ou necessitem de internação. Outra estatística mostra que 40% dos pacientes com 80 anos ou mais, cai a cada ano. Já dos que moram em asilos e casas de repouso, a frequência de quedas é de 50%. A prevenção de quedas é tarefa difícil devido à variedade de fatores que as predispõem”, aponta o médico.
Fatores de risco
A distribuição das causas de quedas entre os idosos é diferente, dependendo se eles residem com a família ou se estão em asilos e casas de repouso. No primeiro caso, as quedas são geralmente causadas por problemas ambientais, como tapetes soltos ou pisos escorregadios, seguidas de fraqueza ou distúrbios do equilíbrio e marcha, síncope, tontura ou vertigem, alterações posturais ou hipotensão ortostática, lesões no sistema nervoso central e síncope.
Já os idosos que vivem em instituições e clínicas, as quedas são mais frequentemente causadas por distúrbios de marcha, equilíbrio, vertigem e confusão mental. Nesta situação, é importante que a equipe médica e os cuidadores estejam atentos aos sinais e sintomas que possam levar a essas quedas, a fim de prevenir lesões graves.
Como prevenir
É importante que a prevenção seja tanto física quanto pensada no ambiente adequado para evitar esse tipo de acidente e, para isso, o Dr. Mario Jorge aponta algumas dicas e cuidados.
Exames oftalmológicos e físicos devem ser feitos todo ano, em especial para detectar a existência de problemas cardíacos e de pressão arterial. Além disso, cuidados com a dieta são fundamentais, mantendo a ingestão adequada de cálcio e vitamina D.
Tomar banhos de sol diariamente e participar de programas de atividade física que visem o desenvolvimento de agilidade, força, equilíbrio, coordenação e ganho de força do quadríceps e mobilidade do tornozelo também contribuem.
Outra dica do especialista é usar sapatos com sola antiderrapante; substituir os chinelos que estão deformados ou muito frouxos; usar uma calçadeira ou sentar-se para colocar o sapato, e evitar sapatos altos e com sola lisa, além de redobrar atenção em caso de calçados com cadarço.
Manter uma lista atualizada de todos os medicamentos que toma ou costuma tomar, e passar para os médicos em consulta também deve ser um hábito. Dr. Mario Jorge ainda destaca a importância de manter todos os medicamentos claramente rotulados e guardados em um local adequado, e que sejam tomados nos horários corretos e da forma que foi receitada pelo médico.
Por fim, dentro de casa deve-se manter o ambiente o máximo adaptado para idosos. Cuidar para não deixar objetos espalhados pelo chão; organizar os móveis de forma que o caminho fique livre; ter interruptores de fácil acesso e iluminação adequada; cuidado com tapetes que podem ser escorregadios e carpetes desgastados, e instale barras de apoio nas paredes do banheiro.
A prevenção deve ser encarada como um hábito diário, e não como uma ação pontual, para que seja possível ter resultados efetivos e positivos.