
Em 2022, o Brasil registrou a primeira morte causada pela mpox. Desde então, a doença tem se tornado mais preocupante. Nesta quarta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou um comitê de emergência e declarou a doença como uma “emergência de saúde global”. A principal preocupação é a rápida propagação, especialmente em países africanos.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África também declarou uma emergência de saúde pública em todo o continente. Segundo a Agência Brasil, de janeiro de 2022 a junho de 2024, a OMS confirmou 99.176 casos da doença em 116 países, além de 208 mortes.
O que é a mpox?
A mpox é causada por um vírus que pertence ao mesmo grupo da varíola, mas é menos prejudicial. Originalmente transmitido de animais para humanos, o vírus agora se espalha também entre pessoas. A doença é mais comum em vilarejos remotos nas florestas tropicais da África, principalmente na República Democrática do Congo. Nessas áreas, milhares de casos e centenas de mortes são registrados anualmente.
Existem duas principais cepas do vírus: a “Clade I”, endêmica na África central, e a “Clade Ib”, a nova variante mais virulenta envolvida no surto atual. Especialistas acreditam que essa cepa mais recente está se espalhando com mais facilidade, causando doenças mais graves e aumentando a taxa de mortalidade.
O Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças informou que, até o fim de julho de 2024, mais de 14.500 infecções e 450 mortes foram registradas, um aumento de 160% nas infecções e 19% nas mortes em comparação com 2023. Em 2022, uma cepa mais branda, chamada “Clade II”, causou um surto global, se espalhando para quase 100 países, incluindo o Brasil. A vacinação de grupos vulneráveis ajudou a controlar essa cepa.
Sintomas e grupos de risco
Os sintomas iniciais incluem febre, dores de cabeça, inchaços, dor nas costas e dores musculares. Erupções cutâneas aparecem após a febre, começando no rosto e se espalhando para as mãos e pés. Em casos graves, as lesões podem afetar todo o corpo, incluindo boca, olhos e genitais. A infecção geralmente desaparece em 14 a 21 dias.
Os casos são mais comuns entre pessoas sexualmente ativas. Indivíduos com múltiplos parceiros sexuais estão em maior risco, mas qualquer pessoa em contato próximo com infectados, como profissionais da saúde, pode contrair o vírus.
Após os sintomas iniciais, surge uma erupção cutânea característica, que passa por várias fases:
- Máculas (manchas planas na pele);
- Pápulas (lesões elevadas e endurecidas);
- Vesículas (lesões cheias de líquido);
- Pústulas (lesões com pus);
- Crostas, que caem ao final.
Essas lesões cutâneas geralmente se concentram no rosto, palmas das mãos, solas dos pés, mas podem se espalhar por outras partes do corpo, incluindo a região genital.
Tratamento e prevenção
A principal forma de prevenção são as vacinas, disponíveis para pessoas em risco ou em contato próximo com infectados. A OMS já solicitou que farmacêuticas disponibilizem vacinas para uso emergencial. As vacinas originalmente desenvolvidas para a varíola humana, como a Jynneos (MVA-BN) e ACAM2000, oferecem alguma proteção contra a mpox. Em alguns países, essas vacinas são usadas para pessoas em risco, como contatos próximos de casos confirmados e trabalhadores da saúde.

Além disso, pessoas com suspeita ou diagnóstico confirmado devem ser isoladas até que todas as lesões estejam com crostas caídas e a pele esteja totalmente cicatrizada. Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou usar álcool em gel, especialmente após contato com pessoas doentes ou superfícies contaminadas.
O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), especialmente em profissionais de saúde ou cuidadores que têm contato com casos suspeitos ou confirmados, também é importante.
O que fazer em caso de suspeita de mpox?
Se houver suspeita de contágio, a recomendação é procurar uma unidade de saúde para avaliação médica e relatar qualquer contato com suspeitos ou infectados. Em caso de confirmação, o isolamento é essencial para evitar a transmissão.
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