O Brasil contabilizou 1.127 óbitos em decorrência da covid-19 nas primeiras seis semanas de 2024, com uma média semanal de 188 mortes. Observou-se um decréscimo em comparação com o mesmo intervalo de 2023, que apresentava uma média de 636 mortes semanais. Apesar desta redução, há preocupações de que os números possam aumentar significativamente após o Carnaval, devido ao prognóstico de especialistas sobre a escalada de infecções e a cobertura vacinal insuficiente da população.

Durante o mesmo período, o país enfrenta uma epidemia de dengue, aumentando as preocupações com a saúde pública. A última semana epidemiológica registrou 164 mortes, enquanto a semana anterior viu 194 óbitos. No contexto atual, o Brasil reporta mais de 30 mil novos casos de covid-19 por semana, com especialistas antecipando um aumento acentuado de casos e mortes nas semanas seguintes ao Carnaval, baseados em 33.020 novos diagnósticos confirmados.

A propagação da doença e o aumento de óbitos têm sido atribuídos a uma nova variante do vírus, identificada como JN.1, mais contagiosa, e a uma baixa adesão à campanha de vacinação de reforço. Alexandre Naime Barbosa, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, projeta um crescimento nos registros de casos e mortes nas próximas quatro a seis semanas, enfatizando a importância da vacinação prévia ao Carnaval para grupos de risco.

A baixa procura pela segunda dose da vacina nos últimos seis meses é alarmante, abrangendo todas as faixas etárias e especialmente os grupos mais vulneráveis. Rosana Richtman, infectologista do Instituto Emílio Ribas, e Hisham Hamida, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, destacam a importância dos cuidados contínuos contra a covid-19 e a necessidade de ampliar a cobertura vacinal, incluindo a vacinação infantil, além de enfrentar o desafio de combater a resistência à vacina contra a covid-19 enquanto se lida com a alta incidência de dengue.

Com informações da CBN