Paciente tendo pressão arterial aferida
Assistência médica imediata é recomendação da Sociedade Brasileira. (Foto: pixabay)

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) divulgou que o continente americano registrou recorde de casos de dengue em 2019. Foram 2,7 milhões até o fim de outubro de 2019, destes, 2.070.170 apenas no Brasil. Em Jundiaí, até o mês de novembro, os casos de dengue ultrapassaram 2.800.

Para o verão 2019/2020, os cuidados redobram. A recomendação é que os governos ampliem suas campanhas e as fortaleçam com ações de prevenção. Pensando nisso, o médico José Franciscico Kerr Saraiva, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), também faz um alerta: pacientes cardíacos precisam de cuidados preventivos ainda mais eficazes, pois a dengue pode, facilmente, agravar-se em casos de doenças pré-existentes.

O risco maior, como explica Saraiva, está relacionado a pacientes portadores de doenças coronarianas, fibrilação atrial e próteses valvares, tratadas com o ácido acetilsalicílico.

Este tipo de substância, no mercado conhecido como Aspirina e AAS, tem o objetivo de afinar o sangue e diminuir o risco do coágulos quanto utilizado no tratamento de problemas cardíacos. Na dengue, a ingestão destes remédios pode ter efeito contrário, aumentando a probabilidade de hemorragia. O mesmo acontece com antiagregantes (como Clopidogrel, Ticagrelor) e anticoagulantes (portadores de próteses valvares, fibrilação atrial).

Nesses casos, a saída é procurar assistência médica imediatamente, assim que os primeiros sintomas aparecerem. Assim, o médico infectologista, especialista que cuida da dengue, vai trabalhar em conjunto com o cardiologista, procurando pela melhor opção de tratamento.

“A recomendação do Ministério da Saúde é para suspender o uso de medicamentos com essa substância em casos de dengue, uma vez que agrava o potencial de hemorragias da doença”, diz Saraiva. “É muito importante alertar a população sobre esses riscos e a necessidade de buscar ajuda médica imediata, para que se equilibre os pacientes cardíacos durante o acometimento da dengue”, ressalta.

Os sintomas mais comuns, normalmente manifestados após três dias da picada do mosquito Aedes aegypti, são febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos. A dengue hemorrágica é a forma mais grave, pois pode causar sangramento e apresenta risco de morte.

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