A revolução do diálogo em favor do desenvolvimento
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Opinião

A revolução do diálogo em favor do desenvolvimento

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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Rafael Cervone, presidente do CIESP
Foto: Divulgação/CIESP

A Revolução Constitucionalista de 1932, corajoso movimento de São Paulo contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas e em favor do Estado de Direito, cujos 92 anos celebram-se em 9 de julho, contou com o apoio da indústria paulista. As fábricas alteraram suas linhas de produção para fornecer material às tropas. Nossas entidades de classe, à época unificadas, organizaram a distribuição dos materiais e linhas de suprimentos, mobilizaram recursos e financiamento e proveram apoio logístico aos soldados.

São Paulo foi derrotado nos campos de batalha, tendo capitulado em outubro de 1932, mas a causa foi vencedora. Após a revolução, Getúlio Vargas convocou uma Assembleia Constituinte, resultante na promulgação da Constituição de 1934, que estabeleceu direitos e garantias individuais, além de instituir o voto secreto e o sufrágio feminino. Foi um avanço significativo, mas não o suficiente para garantir a consolidação da democracia. Desde então, o Brasil viveu momentos de grande efervescência política.

No hiato de tempo desde 1932, tivemos episódios de grande impacto, como a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, outro regime de exceção, de 1964 a 1985, o impeachment de dois presidentes da República e, mais recentemente, a invasão com vandalismo à sede dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Nossa democracia parece sólida, tendo como grande guardiã a Constituição de 1988, mas, como demonstrou a História, precisamos estar atentos, pois não basta conquistar a liberdade política; é preciso cultivá-la a cada dia. Queremos um Brasil cada vez mais unido, com a prevalência do diálogo, do debate político civilizado e da discussão das ideias com foco no desenvolvimento. Por isso, é temerária a polarização exacerbada e agressiva que se mantém no País, com discursos de ódio e temática alheia aos interesses maiores de nosso povo.

Não é este o caminho mais adequado ao progresso. As divergências ideológicas e partidárias são muito saudáveis na democracia e contribuem para o aperfeiçoamento de políticas públicas e adoção de medidas capazes de impulsionar o crescimento econômico sustentado, inclusão e mais harmonia social. Temos pautas fundamentais para consolidar essas metas, como a regulamentação da reforma tributária, a aprovação da administrativa, a transição energética e descarbonização dos sistemas produtivos, o combate à insegurança pública e jurídica, a melhoria da educação e saúde, ganhos de produtividade e competitividade e a digitalização da economia.

Discursos truculentos, discussões paralelas a esses propósitos prioritários e questões pequenas diante da grandeza do Brasil são muito prejudiciais ao projeto de construirmos um próspero e avançado país. Mais do que nunca, precisamos de uma grande revolução do diálogo e do entendimento, de posturas republicanas no debate político-partidário e de muito civismo na discussão das políticas públicas. Numa conjuntura civilizatória na qual não cabem mais mobilizações armadas, golpes de Estado e quaisquer atos de exceção, tornam-se prementes o diálogo e o debate salutar, numa construtiva divergência de propostas em favor do Brasil.

Lutamos pela democracia em 1932, a reconquistamos de modo pacífico em 1985 e a consolidamos na Constituição de 1988. Agora, precisamos preservá-la e convertê-la em desenvolvimento, paz social e bem estar para todos os brasileiros.

Artigo escrito por Rafael Cervone é do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Opinião

A Nova Energia Elétrica

Artigo por Elton Monteiro, empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA

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Inteligência artificial
Foto: Canva

Há pouco mais de um século, a energia elétrica começou a se espalhar pelo mundo, mudando como vivemos e trabalhamos. Hoje, a inteligência artificial (IA) surge com um potencial de mudança semelhante. Assim como a eletricidade, a IA se integrará em todos os aspectos da sociedade, transformando rotinas, economia e cultura. Antes da eletricidade, o trabalho era manual e o…

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Opinião

IA não vai substituir nenhum emprego

Artigo por Elton Monteiro, empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA.

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Elton Monteiro é empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA
Foto: Arquivo Pessoal

Nos corredores das empresas e nas discussões sobre o futuro do trabalho, um temor recorrente é que a inteligência artificial (IA) irá substituir empregos humanos. No entanto, a realidade é mais complexa e menos apocalíptica. A IA, em si, não possui a capacidade de substituir ninguém. Em vez disso, a verdadeira transformação ocorre quando seres humanos visionários aproveitam as oportunidades…

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Opinião

Os 30 anos da moeda que mudou a História do Brasil

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).

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Cédula de um real e moedas do Brasil
Foto: Canva

No dia 1º de julho comemoramos os 30 anos de um dos mais importantes episódios da História do Brasil: o lançamento do Real, expressão monetária do plano que extirpou a hiperinflação, instituído em 27 de fevereiro de 1994, com a publicação da Medida Provisória 434. Era o Governo Itamar Franco, tendo Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda, posteriormente eleito…

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Opinião

Você sabe o que é “Gestão por Excelência”?

Artigo por Tales Calegari, Diretor de Convênios e Parcerias do Município de Jundiaí.

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Tales Calegari, Diretor de Convênios e Parcerias do Município de Jundiaí, explica sobre Gestão por Excelência.
Foto: Arquivo Pessoal

Gestão por Excelência: Esse é um tema cada vez mais presente no mundo corporativo que tem criado grandes oportunidades no mercado de trabalho e se aproximado, também, da Administração Pública. De maneira muito simplista, a Gestão por Excelência tem por objetivo aprimorar a eficiência e a eficácia organizacional através de práticas e técnicas que visam melhorar a qualidade de produtos…

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Opinião

O futuro dos idosos: desafios e soluções

Artigo escrito por Miguel Haddad

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Idosos dançando em par
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O envelhecimento populacional é uma realidade inegável, e suas repercussões já são percebidas de maneira contundente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2050, cerca de 2 bilhões de pessoas terão mais de 60 anos, representando um quinto da população global. No contexto brasileiro, dados do Ministério da Saúde alertam para a crescente proporção de idosos, prevendo…

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