Vítima de tiro na cabeça vindo do ex-marido lança livro contando salvação milagrosa
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Vítima de tiro na cabeça vindo do ex-marido lança livro contando salvação milagrosa

O entendimento das mulheres sobre o que é a violência doméstica nem sempre é fácil e rápido

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Yannahe Marques com a terapeuta Rose Rech, coautora do livro (foto: divulgação)

De acordo com dados da Rede de Observatório da Segurança, pelo menos cinco mulheres por dia foram assassinadas ou vítimas de violência no Brasil em 2020. As estatísticas são tão trágicas quanto o final de quase todas as histórias. Yannahe Marques enfrentou um relacionamento abusivo por treze anos, sofreu uma tentativa de assassinato, desafiou a medicina e agora lança o livro “Eu escolhi viver” (Editora Citadel), onde detalha esse recorte da sua jornada e inspira mulheres a quebrarem o ciclo da violência antes que seja tarde demais. Escrito em parceria com Rose Rech, terapeuta que acompanha Yannahe praticamente desde o atentado, o livro já está disponível nos formatos físicos e e-book.

“Ao contrário do consenso geral, que apenas donas de casa ou mulheres dependentes dos seus parceiros se submetem a situações de violência, eu sempre fui uma mulher forte, trabalhadora e independente”, comenta Yannahe Marques. “A situação não se instala da noite para o dia. Vai piorando aos poucos e, se você não rompe aos primeiros sinais de alerta, está correndo o risco de pagar com a sua vida. Eu tive uma segunda chance, mas a maioria não tem. Então o objetivo deste livro é ser um alerta, de acolhimento e encorajamento a todas as mulheres que estão passando por isso hoje, para que saiam, busquem apoio e recomecem”, completa.

“Foi um milagre! O projétil não ter atingido áreas essenciais do cérebro, a recuperação da perda de massa encefálica e a não manifestação de sequelas graves são eventos que a medicina atual não pode explicar”, disse Bruno Bogéa, neurocirurgião pela Unicamp e médico de acompanhamento do caso de Yannahe.

O aviso da médica plantonista do Hospital de Clínicas da Unicamp naquele dia 09 de abril de 2019 era devastador: “A situação é muito grave. Não sabemos como ela conseguiu chegar até aqui com vida. Aparentemente ela não tem mais massa encefálica suficiente para comandar o corpo. Não há precedentes de sobreviventes com esta quantidade que restou e as conexões cerebrais também foram afetadas. Vamos fazer uma cirurgia craniana para a extração da bala e limpeza local, que é um procedimento padrão, mas as chances de sobrevivência são realmente insignificantes”.

Hoje, dois anos depois, a paciente não apenas sobreviveu, como fala, anda, trabalha e segue lidando com os traumas emocionais e as pouquíssimas sequelas físicas que lhe restaram, como eventuais dores de cabeça mais intensas. Está feliz cuidando dos dois filhos frutos do casamento com o ex-marido agressor e da sua bebê de dez meses, Mia, seu segundo milagre: oito meses após o atentado, Yannahe foi presenteada com uma terceira gestação.

“Quando somos jovens, acreditamos que a vida é linear: crescer, estudar, trabalhar, casar, ter filhos, morrer. Não contamos com os obstáculos, as reviravoltas, as dificuldades e as tensões que enfrentaremos ao longo desse percurso. Na minha juventude, jamais pensei que passaria pelo que passei. Miguel foi o meu primeiro namorado sério, e, depois de um tempo de namoro, nos casamos. Tudo me levava a crer que nosso relacionamento era perfeito; logo tivemos filhos e seguimos a nossa vida de casal. Eu sempre idealizava que ele tinha sido a escolha certa. Foram treze anos. Praticamente uma vida. Como todo casal, tivemos altos e baixos, dificuldades no meio do caminho. Mas me lembro perfeitamente dos dias em que comecei a achar que não dava mais… Em abril de 2019, cerca de sete meses após nossa separação definitiva, meu ex-marido invadiu o condomínio em que eu morava com um revólver 38 e uma única ideia na cabeça: impedir-me de ser feliz sem ele, acabando com a minha vida.”  (Trecho de ‘Eu Escolhi Viver’, de Yannahe Marques e Rose Rech)

Segundo Rose Rech terapeuta de de Yannahe co-autora do livro Eu Escolhi Viver, muitas mulheres acabam se afastando dos amigos e familiares por conta do relacionamento tóxico. E muitas delas não se reconhecem como vítimas de violência, já que as agressões são sutis, como um grito, um tapa ou até mesmo um copo jogado contra a parede. “São coisas que nem sempre deixam marcas visíveis. São agressões espaçadas e muitas vezes silenciosas.

O entendimento das mulheres sobre o que é a violência doméstica nem sempre é fácil e rápido. Muitas delas não se reconhecem como vítima, como explica a terapeuta Rose Rech.

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Justiça do RS determina retirada de notícias falsas do Facebook

A juíza Fernanda Ajnhorn atua em medida urgente contra desinformação durante calamidade no RS.

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Tecal de celular com app do Facebook
Decisão visa proteger ações de resgate e manter a integridade das operações de emergência no estado. (Foto: Freepik)

A juíza do plantão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), Fernanda Ajnhorn, determinou que a empresa Meta Plataforms, que gere o Facebook, exclua, em 24 horas, as publicações com conteúdo de desinformação que questionam a atuação do estado em ações de socorro às vítimas da tragédia climática que atinge os municípios gaúchos. A ordem atende a uma ação…

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Helicóptero Águia de SP socorre bebê e idosa infartada no Rio Grande do Sul

Mais de mil pessoas resgatadas em uma semana de apoio nas enchentes

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Equipe do helicóptero Águia 33 durante missão de resgate no Rio Grande do Sul, fornecendo auxílio vital em meio à crise de enchentes (Foto: Governo de SP)

Na quinta-feira (9), o helicóptero Águia 33, equipado com UTI aeromédica, realizou duas missões cruciais no Rio Grande do Sul. Primeiramente, transportou um bebê de cinco meses com pneumonia do hospital regional de Tramandaí para a UTI pediátrica em Venâncio Aires. O pequeno paciente necessitava de aparelhos para respiração durante o trajeto. Em seguida, a aeronave viabilizou a remoção de…

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Forças Armadas mobilizam “esforço de guerra” com 20 mil militares no Rio Grande do Sul

Comandantes militares destacam esforço inédito no estado

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Forças armada em atuação nos resgates de vítimas das enchentes do RS
Militares em ação nas áreas mais afetadas do RS (Foto: Ministério Defesa/Divulgação)

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (10), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, junto ao comandante do Exército, Tomás Paiva, atualizaram as informações sobre a "Operação Taquari 2". Esta operação, dedicada ao resgate e contenção dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, foi descrita pelos líderes como um verdadeiro "esforço de guerra". "Isso é uma…

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Ação da rede de supermercados Tauste arrecada doações ao Rio Grande do Sul

Em Jundiaí, o Tauste entregou as doações do Fundo Social, para encaminhamento ao Rio Grande do Sul.

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Diante da crise de alagamentos e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, a rede Tauste se mobilizou em uma grande ação solidária para auxiliar as vítimas. Através do programa Tauste Ação Social e em parceria com fornecedores, a empresa arrecadou água, produtos de higiene pessoal e de limpeza para as comunidades afetadas. A rede atuou nas lojas em…

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Temporais voltam hoje ao Rio Grande do Sul e colocam o estado em alerta de perigo

Rio Grande do Sul está em alerta para mais temporais a partir de sexta-feira (10). Chuvas fortes devem atingir o centro-leste e nordeste do estado

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Foto: Inmet

O Rio Grande do Sul, após alguns dias de chuvas mais localizadas, volta a ser alvo de temporais a partir desta sexta-feira (10). A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica que as chuvas serão mais intensas nas regiões centro-leste e nordeste do estado. De acordo com a instituição, os acumulados podem superar os 150 milímetros entre sexta e…

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