
Todos os dias Givoneti Maria, de 24 anos, e Cleide Aparecida Fazam, de 48, começam cedo o trabalho: por volta de 07h30 da manhã já estão pelas ruas de Jundiaí, como as únicas mulheres integrantes da equipe de coleta de lixo na cidade.
As equipes, que envolvem motoristas e coletores de lixo, são majoritariamente constituídas por homens. Mas as duas não se intimidam e pelas ruas mostram que podem fazer o mesmo trabalho. Além disso, inspiram e encantam moradores pelas ruas.
Para Givoneti, que é coletora de lixo há 10 meses, existe um certo preconceito sim. “Algumas mulheres já me disseram que não teriam coragem, mas é um trabalho como qualquer outro”, afirmou.
Para ela, o trabalho é bom e lhe dá um bom salário para que possa viver bem com seus dois filhos, um de 6 e um de 9. Por conta disso, no momento o negócio é mesmo trabalhar – e, de quebra, prestar um serviço à população. “Nosso serviço não pode parar, né?”, continuou a coletora, que ainda brincou. “E ainda pratico exercício físico enquanto trabalho!”.

Para Cleide, responsável há 7 meses por dirigir um dos caminhões da Trail, empresa responsável pelo serviço de coleta de lixo em Jundiaí, o trabalho lhe ensinou muitas coisas. “Eu aprendi muito trabalhando com coleta, trabalhando na rua. É um trabalho muito importante para a cidade, busco dar o meu melhor”, contou.
Essa é a primeira vez que ela trabalha em uma empresa: antes, era autônoma. E ela diz que gosta muito. “Sempre quis trabalhar com o público e na rua, então eu gosto muito do que faço”.

No entanto, pegar um caminhão pelas ruas não foi tão simples no começo. “Tinha um certo medo, mas a empresa foi muito boa comigo e sempre buscaram me orientar”, continuou.
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Como mulher e única motorista da equipe, Cleide diz que faz sucesso pelas ruas. “O pessoal na rua dá parabéns, param para conversar. Alguns saem para ver, ficam encantados”.
No entanto, ela diz que gostaria de ver mais mulheres na função. “As empresas hoje em dia dão mais oportunidades para nós, mas gostaria que dessem mais. E que as mulheres também soubessem que elas podem trabalhar em funções como as nossas”, reiterou.
Enquanto mais mulheres não integram as equipes de coleta, as duas continuam inspirando os moradores pelas ruas, mostrando que elas podem sim ocupar esses espaços. E, de quebra, seguem ao lado dos outros colegas de trabalho, prestando um serviço essencial para nossa cidade.