Os exemplos de gestão hídrica de Jundiaí e de outros municípios serão usados pelo Consórcio PCJ, que contempla as bacias dos rios Piracicaba, Jundiaí e Capivari, para conter a escassez de água e o eventual desabastecimento já previsto para um futuro bem próximo. Essa e outras medidas foram anunciadas nesta quinta (18) pelo prefeito de Limeira, Mario Botion (PSD), após ser eleito presidente em reunião virtual realizada pela entidade.

O portal Tribuna de Jundiaí foi o único veículo de comunicação da Aglomeração Urbana de Jundiaí a participar da entrevista coletiva, feita pela internet no final da manhã. “Temos, sim, que somar os conhecimentos. Jundiaí, assim como minha cidade e como Piracicaba, tem suas características. O Consórcio PCJ já faz isso e devemos fomentar ainda mais essas experiências, já que este é um grande desafio que os prefeitos têm pela frente”, destacou Botion.

Convidado para participar da reunião, o professor Antônio Carlos Zuffo, doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento, deixou claro que a situação é preocupante. Ele usou o termo “vacas magras” para dizer que o período seco iniciado em 2010 se estenderá até meados de 2035. “Estamos com um problema de segurança hídrica. Precisamos contar com novos sistemas e ações nos planos de gestão dos recursos hídricos dos municípios”.

Uma cartilha com informações sobre a atual situação climática e sobre o Sistema Cantareira foi apresentada na reunião. Nela, os termos “estresse hídrico” e “disponibilidade hídrica crítica” dão o tom do cenário já aguardado em 2021 pelo Consórcio PCJ. Nos últimos quatro anos, conforme destacam os técnicos, a queda no volume de chuvas chegou a 23,2%, como registrado ano passado.

De acordo com Zuffo, novas represas de água bruta são grandes aliadas nesta estratégia de conter o desabastecimento. Obras neste sentido sendo feitas em Amparo e Pedreira foram destacadas pelo professor como fundamentais. “Precisamos lembrar aos novos prefeitos para terem carinho com a água”.

Região

Responsável pelo abastecimento de água em Jundiaí, a DAE afirmou ter reforçado os investimentos em segurança hídrica nos últimos anos, como as obras no vertedouro da represa – que ampliaram a capacidade de armazenamento em 12%, podendo chegar a até 9,3 bilhões de litros de água bruta. “Além disso, entregou dois novos reservatórios de água tratada – no FazGran e no Cecap – e tem mais três em obras – na Estação de Tratamento de Água do Anhangabaú (ETA-A), no Jardim Carlos Gomes e no Distrito Industrial (R13). Os equipamentos vão reforçar os 54 reservatórios em operação na cidade. A DAE também realiza obras na ETA-A para ampliar a capacidade de tratamento, que vai passar de 1.800 litros por segundo para 2.400 litros por segundo”, destacou, em nota.

Em Itupeva, a construção da Barragem e Represa do Córrego São José será uma das principais obras neste sentido. Segundo a Prefeitura, isso aumentará a capacidade de vazão de água do córrego de 40 litros para 127 litros por segundo. “O licenciamento ambiental está em andamento junto à Cetesb, e após, serão realizadas as licitações para a execução da obra com investimento de R$ 52 milhões. Também está previsto o projeto de ampliação da estação de tratamento para comportar a nova vazão, reativação da Estação de Tratamento do Quilombo, bem como a captação de esgoto à margem direita do Rio Jundiaí, por meio de uma parceria público-privada”, informou.