Todas as segundas-feiras, a quadra do Centro Esportivo Aramis Polli recebe cerca de 50 pessoas para atividade de ginástica terapêutica multifuncional. A ação integra os serviços ofertados pela Clínica da Família Hortolândia, que vão além do consultório médico.

“Atuamos olhando o paciente como um todo e não apenas focados na dor. Esse grupo é voltado para a reabilitação, auxiliando tanto no processo de redução do uso de medicamentos, por exemplo, como oportunizando com que o usuário socialize como outras pessoas, o que faz muito bem para a cabeça”, informa a médica generalista, Tatiane de Luca Barbosa.

Francisco Edgar de Oliveira (64), teve que aposentar por conta da pandemia de Covid-19. Pouco tempo depois, o corpo começou a sentir as consequências do sedentarismo. “Eu estava travado. Resolvi acompanhar minha esposa que participava das aulas. Acabei ficando. Sou um dos poucos homens. Gosto bastante e sinto o quanto é importante estar no grupo”, destaca.

Enquanto isso, a equipe médica encaminhou a dona de casa, Selma Gomes de Souza Altão, aos 43 anos, devido ao diagnóstico de pressão alta e ansiedade. Também em pouco tempo, notou a melhoria na qualidade de vida. “Eu estava bem ruim. Agora já estou com pressão regularizada e mais tranquila, dormindo melhor. Faça chuva ou faça sol, eu não falto. Aqui dou risada e me cuido, sem moleza”.

“Trinquei a coluna em um acidente e não dormia. Fui encaminhada para cá e estou melhorando. Tomo menos remédios. Até a minha família notou os avanços”, também fez questão de contar a cabelereira Sônia Ferreira, de 42 anos.

Desenvolvimento

Para participar da atividade física funcional não é necessário encaminhamento. As aulas são abertas e começam às 7h45. De acordo com o fisioterapeuta Daniel Abade, na proposta desenvolvida pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), os profissionais trabalham questões terapêuticas, objetivando a melhoria do usuário de maneira integral.

“A ação é em grupo, mas para cada um temos um olhar terapêutico. Queremos que melhorem para que voltem a fazer o que faziam e até se integrem nas atividades esportivas oferecidas pela Unidade de Esporte e Lazer (UGEL), nos diversos centros esportivos, como a ginástica e o vôlei adaptado. À medida que vemos a evolução, ficamos muito satisfeitos”, observa.

Outros grupos

Além disso, a Clínica da Família Hortolândia conta com outras Práticas Integrativas e Complementares (PICs) desenvolvidas pelo NASF, como caminhada, ginástica, Lian Gong, auriculoterapia e yoga,

A equipe multidisciplinar para as atividades tem fisioterapeuta, educador físico, nutricionista, assistente social, terapeuta ocupacional, psicólogo e psiquiatra, além de médicos, enfermeiros e técnicos do equipamento de saúde. Assim, as atividades ocorrem no Centro Esportivo, na Unidade de Apoio, no Parque Linear do Parque da Represa e no Centro de Convivência, Cultura, Trabalho e Geração de Renda (CECCO), e outros espaços.

“Trazemos um trabalho ampliado, utilizando a potencialidade do território, ou seja, os centros esportivos e comunitários, e os parques. Nosso foco vai além do cuidado com a doença. Atuamos na prevenção com olho voltado na criança, no adolescente, no adulto e no idoso. A cada dia, os grupos estão atraindo mais pessoas e melhorando a qualidade de vida delas”, destaca o gerente do serviço, Leonard Sardinha Cabral.

“Jundiaí expande na área de saúde com obras, implantação de tecnologia, qualificação dos profissionais e com a oferta de recursos terapêuticos que buscam a promoção da saúde dos munícipes. A Clínica da Família, assim com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), tem como importante diferencial essa oferta de atendimento fora do consultório médico. Para participar, é só o usuário se informar na sua unidade de referência. Temos tidos bons resultados, o que nos deixa satisfeitos”, acrescenta o gestor de Promoção da Saúde, Tiago Texera.

Investimento

Inaugurada pela Prefeitura em setembro, a Clínica da Família Hortolândia integra o complexo de saúde do bairro, que conta no mesmo prédio, com um Pronto Atendimento. O investimento foi de R$ 6 milhões para construção e mais R$ 500 mil com mobiliário.

Integrado ao equipamento está uma Unidade de Apoio – na rua Monsenhor Emílio José Salin – que agrega todo o apoio logístico às equipes e atividades complementares, como farmácia com a dispensação de medicamentos e insumos para diabetes. O espaço recebeu R$ 1,6 milhão de investimento.