Na última terça-feira (11), os alunos da CEMEB Padre Wilfrido tiveram uma manhã muito especial. A aluna do quarto ano, Sophia de Couto Cordeiro, de 9 anos e autista de grau de suporte l, deu uma palestra sobre autismo para os alunos do 5ºA. Nesta turma, estuda Isaac de Jesus Santos Clarindo, aluno bilíngue da escola, que recentemente foi diagnosticado dentro do espectro.

O objetivo da ação foi conscientizar os alunos sobre o autismo, além de ajudar Isaac a se identificar como autista e entender que suas necessidades e diferenças não são um problema.

Isaac e Sophia se aproximaram durante o recreio, quando conversam em inglês com a intermediação da estagiária pedagógica, Letícia da Silva, que também fala o idioma. Sophia convive com o diagnóstico há um tempo e fala sobre o espectro com muita naturalidade.

A professora de Isaac, Aline Moraes Martins, e Letícia, fizeram o convite à pequena Sophia para que ela falasse sobre o tema, a fim de que os alunos da sala pudessem saber mais sobre o tema e compreender que cada autista tem sua particularidade dentro do espectro.

A palestra

A professora ajudou os alunos a formularem perguntas sobre o tema e passaram previamente para Sophia, para que ela pudesse se preparar. Ao ser perguntada se gostaria de dar um recado para outras crianças, Sophia respondeu: “Ser diferente é normal. O autismo é paz”, disse a pequena. Sophia recebeu um certificado de participação pela palestra e se disse muito feliz com a oportunidade.

A professora Aline conta que toda ação foi pensada para algo futuro. “É importante o Isaac ouvir o discurso sobre o autismo vindo de outra criança, para que ele crie uma identificação com mais facilidade. Ano que vem, ele vai para uma escola estadual e provavelmente com uma turma diferente. Tendo isso em sua identidade, vai saber os seus direitos e conseguir falar sobre suas necessidades”, destacou a professora.

Após a palestra, os alunos voltaram para a sala e apresentaram um vídeo para Isaac e Sophia, com uma mensagem de acolhimento e inclusão. Isaac tem muita sensibilidade com sons altos, então o vídeo foi sem música e os amigos de sala não bateram palmas, e sim, chacoalharam as mãos para cima, respeitando os limites do colega.

Sophia de Paula de 11 anos, aluna da sala de Isaac, disse que se estudarem juntos no próximo ano, estará ao lado do amigo. “Se estivermos juntos, vou garantir que ele fique bem e seja respeitado”, disse a pequena.

Inclusão nas escolas

A Unidade Gestora Municipal de Educação tem trabalhado com os servidores temas a respeito de diversidade e tem promovido palestras educacionais para que os professores estejam preparados e saibam a melhor forma de incluir alunos com necessidades especiais nas unidades escolares municipais.

A diretora da CEMEB Wilfrido, Elaine Rueda Lopes, disse que a escola possui onze crianças com necessidades especiais, incluindo autistas, cadeirantes e com deficiência auditiva. A diretora explicou que é de extrema importância que os pais se conscientizem para que o respeito venha de dentro de casa também. “As crianças fazem aquilo que veem em casa, então é necessário que os pais conheçam e saibam das diferenças que existem não só dentro da escola, mas na vida”, explicou a diretora. Ela destacou que os temas de diversidade também são conversados nas reuniões de pais na unidade escolar.

Sophia e Isaac receberam um kit com cadernos, lápis de cor e canetinhas, uma forma de incentivo a criatividade, já que ambos gostam muito de desenhar. Estiveram presentes na apresentação dos alunos a diretora pedagógica Glauce Rocco Parazzi, a coordenadora técnica da UGME Elen Fernandes, a vice-diretora da escola, Débora Brum Martinelli e a coordenadora Luzia Costa Souza.