Osvaldo da Silva Coelho é borracheiro e tem 64 anos, e há sete vem cuidando de uma colônia de mais de 180 gatos abandonados. Os felinos vivem em um terreno em frente á borracharia do idoso, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

De acordo com ele, em entrevista ao g1, todo o valor para compra de ração e cuidados médicos dos gatos saem de seu bolso. Mensalmente, o borracheiro gasta cerca de R$ 3 mil. Inicialmente, eram poucos gatos, mas com o tempo foram chegando mais. Além disso, muitas pessoas começaram a abandonar seus gatos na colônia, e muitas gatas não estão castradas, aumento cada vez mais a população. A princípio, Osvaldo não gostava de gatos. Hoje, conta que “é apaixonado”.

“Eu comecei a cuidar, a entender eles, e eles me entenderem, e aí aprendi a gostar deles. Hoje eu gosto, sou apaixonado. Tenho dois em casa”, contou. “”Fui ali no mato e comecei a achar um, dois, aí fui vendo e tinha mais. Aí continuei cuidando sempre. Fui vendo talvez tinha uns 12, 15, foi se procriando, depois o pessoal foi soltando mais e foi aumentando. Hoje está quase em 200”.

Colônia de gatos

Osvaldo recebe a ajuda de algumas ONGs da região, e doações, mas com a pandemia, as ajudas diminuíram. Há cerca de um mês, a fotógrafa Katherine Scaranto conheceu o caso e criou um projeto chamado SOS Gatos da Colônia. Assim, ela também toma conta dos gatos, e criou uma campanha online para obter mais ajuda para ração e castração.

“Ele cuida demais daqueles bichinhos como se fossem dele. Ele conhece todos os gatos, quando ele me contou me comoveu demais”, contou Katherine. Felizmente, o projeto chamou muita atenção, e com apenas uma semana, já ganhou mais de 3 mil seguidores. “Conto com a ajuda de três amigas. Recebemos bastante ajuda para castração, veterinárias voluntárias, ONGs voluntárias de outras cidades”, explicou a fotógrafa.

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De acordo com ela, a maior urgência é a castração e conseguir lares temporários, para tirar os gatinhos do terreno. “Quanto mais visibilidade tiver mais a gente vai conseguir ajudar o seu Osvaldo a tirar um peso das costas dele que cuidou a vida inteira dos gatos, sozinho, praticamente ele entra lá para limpar, alimentar, coisas que se a gente contar dá pra se emocionar bastante”, finaliza.

Ajuda da população

A prefeitura de Guaíba, cidade onde Sr. Osvaldo vive, emitiu uma nota afirmando que já sabe da situação da colônia de gatos, e estão “empenhados em criar soluções para esta situação, nada simples de resolver.” Segundo a gestão, mais de 50 gatos já foram castrados, e cerca de 70 adotados. “Porém até o momento, estas medidas foram insuficientes pois os animais se reproduzem de forma acelerada e muitos dos adultos não são domesticados, o que dificulta as adoções“

Assim, a prefeitura pede a ajuda da população da cidade. “Estamos em meio ao processo de licitação para contratação de empresa especializada para dar abrigo, alimentação e cuidados veterinários para animais em situação de rua, porém, neste caso específico, por se tratar de uma colônia com quase 200 animais, precisamos da união de toda a comunidade para que nos auxilie ajudando com doações de ração, mobilizando pessoas que queiram adotar e principalmente contribuindo para que a colônia não cresça ainda mais, pois muitas pessoas estão descartando novos filhotes no local.“