No início da manhã da última quinta-feira, Chloe Adams, de 17 anos, acordou água saindo dos ralos do banheiro, borbulhando através dos azulejos da cozinha e rapidamente inundando sua casa. A jovem, que vive com seu avô em Whitesburg, Kentucky, nos Estados Unidos, estava em casa apenas com sua companheira, a cachorrinha Sandy, que ela tem desde criança.
“Havia água até onde eu podia ver”, disse ela à CNN. “Tive um ataque de pânico total”. Mas ela estava determinada a sair em segurança, e levar seu cão com ela.
De acordo com o governador Andy Beshear, menos 25 pessoas morreram e mais centenas perderam tudo o que tinham nas chuvas fortes e inundações espalhadas pelo leste do Kentucky. Os avós de Chloe estavam em uma casa a apenas alguns metros de distância, separados de sua neta pelas águas apressadas.
Eles gritaram para que Chloe ficasse dentro de casa até que a ajuda chegasse. Mas com pouco sinal de celular e as linhas de emergência provavelmente sobrecarregadas, Chloe disse que percebia que precisava sair para sobreviver. “Meu próximo pensamento foi que precisávamos nadar até a casa do meu tio, onde o resto de sua família estava se abrigando”, explicou a jovem.
‘Eu conhecia os perigos […] mas não tinha escolha’
Assim, em um pensamento rápido, Chloe colocou o cachorro na água momentaneamente para ver se ela sabia nadar. Mas Sandy não conseguia. “Então eu a recolhi e voltei para dentro, andando pela água profunda na cintura para tentar localizar algo que pudesse flutuar para colocá-la”.
Notícias Relacionadas
Depois de experimentar com outros móveis, Chloe colocou seu cão dentro de uma gaveta de plástico de seu armário para mantê-la seca. Em seguida, colocou a gaveta sobre uma almofada de sofá para fazê-la flutuar.
“Finalmente eu tinha um plano que eu acreditava que poderia funcionar”, disse ela. “Eu conhecia os perigos de tentar nadar em águas profundas e em movimento, mas sentia que não tinha escolha”. Ela nadou nas águas frias, empurrando a almofada de Sandy na sua frente, até chegar ao telhado de armazém próximo; a única parte da estrutura ainda não submersa.
[tdj-leia-tambem]
No aguardo do resgate
Nas proximidades, a família de Chloe, abrigada no segundo andar da casa de seu tio, vigiava e falava com ela enquanto esperava por ajuda. Lá, menina e cachorro se sentaram por mais de cinco horas até que a prima de Chloe resgatasse a adolescente e seu cachorro com a ajuda de um caiaque. Quando a adolescente voltou para a casa da avó, ela desabou, “aliviada de saber que Sandy e eu sobrevivemos à enchente”, disse ela.
“Meu coração vai para todas as outras pessoas que perderam e sofreram muito mais do que eu nesta horrível devastação”, acrescentou Chloe. Em um post no Facebook após o resgate, Terry Adams, o pai do adolescente, chamou sua filha de “heroína”. “Perdemos tudo hoje. Tudo, exceto o que mais importa“, escreveu.
