Em uma tentativa de conseguir voltar à terra firme, após a embarcação em que estavam sofrer uma pane elétrica, dois pescadores de Guarujá, no litoral de São Paulo, improvisaram um lençol como vela e chegaram a tentar remar com um cabo de vassoura. A dupla chegou a ficar quatro dias à deriva em alto mar até conseguir ajuda.

Os pescadores Fabrício Euclides Margarida e Matheus dos Santos Nascimento foram até Santa Catarina para buscar uma embarcação, comprada por Fabrício e que seria usada a trabalho no litoral paulista. Após a negociação, os amigos saíram de Florianópolis, com o barco, em direção a Guarujá, na manhã de domingo (16).

Já em alto mar, durante a tarde de domingo, uma pane elétrica, durante a primeira viagem da embarcação, deixou os amigos incomunicáveis e à deriva. Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista e Vale do Ribeira, Fabrício conta que identificou um vazamento de óleo no barco e parou o motor para conferir o problema. Porém, o motor da embarcação não voltou a operar.

Pane elétrica

A dupla percebeu, então, que a bateria do barco havia sofrido uma pane, o que também descarregou a placa de energia solar da embarcação. Sem energia elétrica, a embarcação, que ficou à deriva na altura de Barra Velha (SC), também perdeu a comunicação, e a dupla tentou utilizar sinal de fumaça para pedir socorro.

“Queríamos fazer sinal para alguém. A gente tocava fogo, fazia fumaceira com óleo diesel e abanava com casacos, cada um com um apito”, conta Matheus. O pescador afirma, ainda, que apesar dos pedidos de socorro, embarcações que passaram próximas a eles não prestaram ajuda.

Já próximos a Peruíbe, no litoral paulista, na última quinta-feira (20), os pescadores pediram ajuda após conseguirem sinal telefônico. Ali, outras embarcações pesqueiras localizaram a dupla. A embarcação foi rebocada e tanto Matheus quanto Fabrício puderam reencontrar familiares, desesperados com o incidente.

“A gente sabia que estava vivo, mas eles não sabiam. Minha mulher grávida, fiquei preocupado com isso, mas conseguimos manter a calma e a cabeça firme, e chegar. Não tem explicação de como é quando a gente vê a família de volta assim, depois de tantos dias e em uma situação como essa”, finaliza Matheus.

Com informações do G1.