Nesta quinta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou um decreto em que condecorava a si próprio com um dos títulos da Ordem Nacional do Mérito Científico. A instituição é uma ordem honorífica concedida a personalidades brasileiras e estrangeiras, como forma de reconhecer suas contribuições para o desenvolvimento da ciência no Brasil.

Bolsonaro é chefe da classe mais alta, a Grã-Cruz, e foi oficializado como grão-mestre, um posto que é regimentalmente reservado ao presidente da República. Além disso, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, recebeu o título de chanceler, que também é previsto para o titular dessa pasta.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, teve lugar garantido no Conselho da Ordem. Na última semana, Guedes chegou a chamar Marcos Pontes de “burro” durante reunião ministerial. De acordo com ele, o ministro não tem feito boa gestão dos recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia.

‘Contribuição à ciência’

Durante uma das piores crises sanitárias do Brasil, o presidente eleito Jair Bolsonaro foi – e segue sendo – defensor de medicamentos do “tratamento precoce” contra Covid-19, que já foram comprovadas cientificamente não eficazes contra a doença.

Diversas vezes, publicações nas redes sociais do presidente foram deletadas pelas plataformas por trazer desinformação e risco à saúde da população. Bolsonaro ainda caçoou de pacientes contaminados com a Covid-19 e provocou aglomerações e conteúdos contra a vacinação.

Entre os 9 crimes atribuídos à Bolsonaro na CPI da Covid-19, estão infração de medida sanitária preventiva, crimes contra a humanidade e epidemia com resultado morte.

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