Dia da Voz: Por que eu preciso fazer preparação vocal?
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Dia da Voz: Por que eu preciso fazer preparação vocal?

Especialista em voz explica os impactos da pandemia na saúde vocal e profissionais falam sobre voz como ferramenta de trabalho.

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Professor Felipe Schadt, fonoaudióloga Márcia Karelisky, e radialista Adilson Freddo
O Tribuna de Jundiaí conversou com a especialista e dois profissionais da voz (Foto: Reprodução)

A voz é um dos principais meios de comunicação e foi adotada por muitos como o meio de trabalho. Por isso, os cuidados com a voz devem ser considerados de extrema importância, mas não só para os cantores e locutores. Desde 1999, a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) promove a campanha Amigos da Voz, com temas que trazem conscientização sobre saúde vocal.

Em 2021, o tema da campanha é “Sua voz diz muito sobre você”. O objetivo do tema é mostrar os impactos da voz em contextos sociais e nas disfunções e sinais que podem mostrar problemas de saúde. Um dos pontos da campanha também é incentivar a procura por profissionais para a possibilidade de diagnóstico precoce de casos de câncer na laringe.

Para falar sobre a importância do tema no Dia Mundial da Voz, o Tribuna de Jundiaí conversou com Márcia Karelisky, fonoaudióloga especialista em voz, consultora em comunicação e neurocoach. Márcia também trabalha com profissionais da voz em TV, em Jundiaí.

Márcia Karelisky, Fonoaudióloga Especialista em Voz (Foto: Arquivo Pessoal)

De acordo com Karelisky, a previsão é que até 2022, o câncer de laringe possa ser detectado em 6.470 homens e 1.180 mulheres. “Se o câncer de laringe for diagnosticado precocemente tem muitas chances de cura. As campanhas de voz servem para conscientizar a população sobre a importância que a voz tem para o ser humano. É o canal de comunicação mais precioso”, explica.

Alguns dos sinais que a especialista chama atenção, são: rouquidão, falhas na voz, cansaço (fadiga vocal) e ardência por mais de 15 dias, sem ter relação com condições como gripe, resfriado ou alergia. Nestes casos, é aconselhado a procura de um profissional de otorrinolaringologia e de um fonoaudiólogo com urgência.

A voz na pandemia

Márcia destaca a importância das ações e campanhas para a voz no período de pandemia. Segundo ela, os impactos da crise sanitária têm grande influência na saúde vocal. “A pandemia fez com que criássemos novos hábitos, que podem prejudicar a qualidade vocal”, explica.

Um dos principais fatores é o uso de máscaras, que afetam a qualidade da voz e demandam de um maior esforço para que a outra pessoas nos ouça. A fonoaudióloga explica que, com a máscara comum, nossa voz perde de 3 a 4 decibéis e, com máscaras mais resistentes, como a N95, o som pode perder até 12 decibéis.

Para resolver isso, a dica é simples: abra mais a boca para falar. “Abrindo a boca temos muito mais chances de projeção, e não será preciso aumentar o volume da voz por conta desta perda com abafamento. Usar frases mais curtas e ser mais objetivo também demanda menos esforço vocal.”

Outro ponto importante neste período é a recuperação e o acompanhamento de pacientes que precisaram ser intubados por causa da Covid19. “Estudos já mostram que pacientes que ficam por mais tempo intubados tem maiores riscos de terem distúrbio de voz e problemas de deglutição [deslocamento do alimento da boca até o estômago]. Esses pacientes que foram intubados ou que passaram por uma traqueostomia devem ser muito bem acompanhados pós alta”, comenta Márcia.

A voz como profissão

Karelisky também reforçou a importância da preparação, aquecimento e condicionamento de profissionais que usam a voz como trabalho. “Nós sempre dizemos que profissionais da voz são atletas vocais, e todo atleta sabe muito bem cuidar da sua musculatura, com aquecimentos, condicionamentos”, destaca.

Um destes profissionais é Felipe Schadt, que não tem só uma, mas três atividades em sua vida que necessitam da boa qualidade de sua voz. Schadt é professor universitário, cantor na banda Genomma e ainda criou um podcast sobre filosofia e cultura pop.

Felipe Schadt é professor, cantor e podcaster (Foto: Arquivo Pessoal)

Felipe começou a fazer teatro aos 12 anos de idade, e depois do Ensino Médio começou a graduação em Jornalismo. Segundo ele, a escolha do curso surgiu de uma paixão por narração de futebol, o que trouxe à tona o sonho de trabalhar em rádio.

Durante as aulas de teatro, Felipe aprendeu a fazer exercícios de aquecimento de voz, principalmente nos ensaios da banda e antes das aulas. “Quando eu não aqueço minha voz e a aula é longa, eu sinto muito um incômodo nas cordas vocais pelo esforço”. Além disso, o professor anda sempre com sua água por perto, uma das principais recomendações dos especialistas.

Quem faz a mesma coisa quando o assunto é hidratação é o radialista Adilson Freddo. A voz de Freddo é conhecida, por seus programas esportivos e jornalísticos nas rádios CBN, Rádio Cidade e atualmente na Rádio Difusora.

Adilson Freddo, radialista na Difusora de Jundiaí (Foto: Arquivo Pessoal)

O profissional revelou que não faz preparação vocal no trabalho além da hidratação e ainda é fumante desde muito jovem. “Eu vou para cima, com a voz bem forte e torcendo para não ter um câncer de garganta no futuro”, disse, rindo.

Ele também conta que, após um desentendimento com um familiar, acabou perdendo a voz por determinado tempo. Após esse episódio, conta que não pode mais gritar. Perguntado sobre como seria o impacto em sua vida se perdesse a voz hoje, a resposta de Freddo é direta: “Que desastre seria!”, afirma. “Eu sou apaixonado por rádio. Eu não saberia viver sem o rádio”.

Saúde e qualidade da voz

Karelisky reforça que os cuidados com a voz não são direcionados apenas para profissionais e, neste período de aulas online e home office, a exaustão e consequências do mau uso da voz pode atingir qualquer pessoa. Um exemplo são os pais na pandemia, que usam a voz em casa o dia todo, com os filhos, lições de casa, reuniões de trabalho e aulas remotas.

Para ajudar, a especialista dá dicas dos principais cuidados com a voz, para aplicar no dia a dia:

Hidratação: A água é ouro para uma boa saúde vocal. Dois litros ao longo do dia são suficientes para hidratar as pregas vocais, que precisam ter flexibilidade.

Alimentação equilibrada: Fundamental para uma boa voz. É essencial focar em uma alimentação rica em frutas, legumes, comidas não gordurosas, para evitar má digestão e refluxo, que podem prejudicar a qualidade vocal.

Sono: Para que tenhamos uma boa produção vocal, precisamos de muita energia. “A prega vocal vibra muitas vezes por segundo, imagina no final de um dia de trabalho, o número de infinitas vibrações que a prega vocal fez”, salienta a especialista.

Além disso, é essencial um bom condicionamento físico, equilíbrio hormonal e evitar grandes estresses, que podem aumentar a tensão muscular na região cervical, que compromete a efetividade da voz. Também é recomendado evitar gritar, falar alto, pigarrear, falar sussurrando, fumar e consumir bebidas alcoólicas. Todos esses comportamentos prejudicam a qualidade vocal.

“Cuidem das suas vozes, das vozes dos seus filhos. Observem, falem sobre voz. É através da voz que realmente conseguimos passar a mensagem que queremos de uma forma muito efetiva e que mostra o que pensamos, quem somos e as emoções que temos”, conclui a especialista.

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