A pandemia de Covid-19 prejudicou a aplicação de todas as vacinas do calendário infantil, como as que protegem contra meningite, coqueluche e sarampo, mesmo que o recomendado por especialistas era reforçar as campanhas de vacinação. Porém, o governo do presidente Jair Bolsonaro cortou mais da metade dos gastos com propaganda da vacinação, segundo dados inéditos obtidos pela Repórter Brasil via Lei de Acesso à Informação.
Como consequência, houve uma queda histórica na imunização de crianças e adolescentes no ano passado, com a pior cobertura vacinal em mais de 30 anos, com isso também vem o risco do retorno de doenças erradicadas há anos, como a paralisia infantil (poliomielite).
De acordo com a Folha de S.Paulo, no ano passado, o Ministério da Saúde gastou R$ 33 milhões em apenas duas campanhas, na da gripe e da multivacinação, uma redução de 52% ante 2020, quando foram gastos R$ 69 milhões nas campanhas de gripe, sarampo, poliomielite, vacinação geral e febre amarela. “Eu ouço as pessoas dizendo que não tem mais campanha de vacinação. Mas todo ano tem. O que não tem mais é a comunicação”, critica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Entre as maiores quedas está a da vacina tríplice viral, que é contra sarampo, caxumba e rubéola, que caiu para 71%; a pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e hemófilo B), que caiu de 96% para 68%; e a de poliomielite (ou paralisia infantil), que foi para 67%, segundo dados do PNI no DataSUS.
Outro ponto que se destaca nos dados obtidos pela Repórter Brasil é a ausência de campanhas para a vacina contra o HPV desde o início da gestão Bolsonaro. O imunizante, previne o câncer de colo de útero, e é destinado a meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, mas nunca atingiu a meta de vacinar 80% desse público.
Para recuperar a cobertura e evitar novos surtos, a comunicação deveria exercer um papel central na estratégia do governo, pois um dos motivos que explicam a baixa vacinação é o fato de a população ter se esquecido dos danos causados pelas doenças.
A pandemia também prejudicou a vacinação em razão de ir a postos de saúde ou mesmo por causa da mensagem principal do começo da pandemia de “fique em casa”. “No início da pandemia, houve interrupção por três meses da vacinação de rotina. Depois, não houve nenhuma mensagem adequada sobre reabertura dos postos. Faltou uma comunicação das autoridades públicas de que havia riscos altos para a população além da Covid”, diz Ballalai.
O resultado é que, contra a Covid, apenas 39% das crianças de 5 a 11 anos receberam a primeira dose e menos de 5%, a segunda, de acordo com a Fiocruz.
O Ministério da Saúde disse, em nota, que “monitora atentamente as coberturas vacinais e tem trabalhado para intensificar as estratégias para reverter o cenário de baixas coberturas”. Ressaltou ainda que nos últimos três anos realizou campanhas de vacinação contra influenza, poliomielite, sarampo e multivacinação para a atualização da carteira de vacinação.
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