Após participarem do curso de Linguagem de Programação Python para adolescentes em situação de vulnerabilidade, dois jundiaienses são exemplos de superação e sucesso. Wellington Franklin da Silva, de 18 anos, e Cryslayne Cinara Santos, de 16, se destacaram entre os alunos das turmas de 2020 e 2021, e agora trabalham na multinacional SKF, empresa global no ramo de rolamentos esféricos.

Com início neste sábado (16), uma nova turma participa das aulas realizadas na Escola de Gestão Público (EGP) de Jundiaí com a duração de três meses. O curso é ministrado pelo gerente de TI da SKF, Marcelo Camargo.

As aulas acontecem através de uma parceria da empresa de origem sueca de serviços e produtos para sistemas automotivos e industriais, coordenado com a Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS), com apoio da Escola de Gestão Pública (EGP) da Prefeitura.

“Recebi uma ligação em que me convidaram para o curso e aceitei, porque já me interessava pela área de tecnologia. Estava no Ensino Médio e percebi a oportunidade de poder concluir o treinamento e já começar a trabalhar, antes mesmo de terminar a faculdade”, comenta Wellington, que foi o aluno número um da turma de 2020.

O jovem entrou na empresa como estagiário, em 2021, e foi efetivado em janeiro deste ano para a vaga de desenvolvedor de softwares. “Trabalho na área de automação de robôs, suporte e desenvolvimento. Gosto muito de trabalhar aqui. Nossa equipe é muito qualificada e tenho o desejo de crescer aqui dentro”, completa.

Já Cryslayne realizou o curso em 2021 e iniciou neste ano o seu período de estágio. E ela diz estar gostando bastante. “Foi muito legal quando recebi a ligação com a oferta da vaga. Vi que poucas pessoas se interessaram pelo curso, mas com certeza eu fiz a escolha correta em ter aceitado. Receber a proposta de estágio foi realmente uma surpresa. Fiz amigos que não imaginava aqui na empresa. Espero poder crescer aqui dentro e conseguir a efetivação”, comenta.

O gerente regional de tecnologia da empresa para a América Latina, Marcelo Camargo, que ministra as aulas para o grupo aos sábados explica a proposta. “Na SKF, focamos muito nas ações sociais e na sustentabilidade. A linguagem Python é uma das mais utilizadas no mercado e oferece inúmeras oportunidades de trabalho para quem possui essa capacitação” explica.

“Atuamos na formação destes jovens em situação de vulnerabilidade para que tenham uma carreira de sucesso profissional e para que sejam inseridos no mercado, seja colaborando na empresa, como o Wellington, ou até pela indicação para outras empresas”, reforça.

A oportunidade aos jovens em situação de vulnerabilidade social acontecem aos sábados na EGP. Os jovens são atendidos por equipamentos da UGADS, como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), triados e selecionados por meio da Divisão de Inclusão Produtiva e Qualificação Profissional da unidade. Neste ano, as aulas também serão realizadas aos adolescentes de Cajamar, o que dobra o número de alunos, de 9 para 18.

“Essa parceria é de extrema importância. Com ela conseguimos oportunizar a esses jovens, em situação de vulnerabilidade social, cursos que garantem sua inserção no mercado de trabalho, além da oportunidade em poder serem absorvidos pela própria empresa que ofertou o curso, ou até mesmo indicados para outras empresas”, comenta Franciellem Telles Germano, gestora adjunta da UGADS.

“É uma oportunidade única, que muitos adolescentes não teriam sem essa ou outras parcerias que estamos buscando, através da inclusão produtiva. Desejamos que essa parceria se estenda e, com ela, consigamos formar muitos outros jovens, gerando condições e possibilidades de transformação em suas vidas”, afirma.

Nova turma pronta para a imersão na tecnologia

A diretora-presidente da EGP, Clara Magalhães, reforça que a novidade deste novo ciclo é a inclusão do município vizinho Cajamar. “Estamos no terceiro ano de atividades com resultados crescentes. Essa parceria é relevante para atender aos adolescentes que necessitam ser incluídos no mercado de trabalho. As oportunidades existem, mas o acesso se faz através dessa qualificação profissional, valorizando os potenciais criativos com a imersão na tecnologia”.

De acordo com Marcelo, a ideia é “abrir a cabeça dos participantes para o mundo da programação de computadores”, área em ascensão com mais demandas que profissionais, assim, há necessidade de formar e qualificar os jovens. “Vou dando dicas para essa formação e uma delas é que os alunos aprendam o idioma inglês”, incentiva o gerente, pontuando que a turma conta com estudantes do Ensino Médio na faixa etária entre 15 e 18 anos.

Entre os novos alunos está Diego Leite de Souza, de Jundiaí. “Tenho muito interesse na área de computação e programação, em tudo que requer raciocínio rápido e estratégia”, disse o jovem de 18 anos. A colega de turma Letícia Souza dos Santos também está entusiasmada com os novos conhecimentos. “Tenho a certeza de que vou aprender muito e isso irá contribuir para alavancar minha carreira”.

Os jovens de Cajamar também estão confiantes. Yasmin Kethelin, 17, revela sua gratidão pela oportunidade de desenvolvimento. “É uma grande chance de ingressar no mercado de trabalho mais preparada, pronta para os desafios”. Na mesma turma, Lucas Lordelo, 15, destacou a importância do aprendizado na área de TI atualmente: “é um incentivo para conseguirmos um bom trabalho e construirmos uma carreira de sucesso”, celebrou o estudante.