Abandono cresce, mas quarentena acende esperança da adoção consciente para amenizar solidão
Conecte-se conosco

Mundo Pet

Abandono cresce, mas quarentena acende esperança da adoção consciente para amenizar solidão

Em Jundiaí e região, protetores e organizações não governamentais abrigam, recuperam e destinam animais a verdadeiros lares

Publicado

em

Atualizado há

À esquerda, banner pede doação de ração; à direita, foto de animais que estão para doação
Eles resgatam os animais, cuidam e se comprometem a os doarem a famílias responsáveis. (Foto: Divulgação)

A pandemia do novo coronavírus não afetou apenas a sociedade humana, mas também aqueles que são conhecidos como os “melhores amigos do homem”. Seja pelo medo da transmissão – que a Organização Mundial da Saúde já afirmou não ter fundamentação científica que comprove -, ou por não ter como manter o animal com aumento do desemprego e ausência de renda fixa, o abandono, que já era preocupante, agora avança o sinal vermelho.

Protetores e idealizadores de organizações não-governamentais de Jundiaí dizem que, embora o interesse pela adoção tenha crescido, o abandono aumentou de maneira similar; assim, a conta não fecha.

Valéria Silva, da ONG Brechó Maria Chica, ainda tem 73 cães e 68 gatos para adoção. Os atendimentos de abandono que atendeu entre o dia 15 de março e abril totalizaram 18.

Até quem não se propunha a abrigar animais, como o Grupo Vida, que tinha o objetivo de gerar rendas e potencializar o trabalho de outros protetores, já tem alguns cães e gatos em casa. Elaine Sponchiado, idealizadora da iniciativa, afirma que há 4 gatos e 5 cachorros prontos para a adoção.

Sara Penteado, do Projeto Pracinha dos Dogs, recolheu quatro animais entre fevereiro e abril; acidentados ou com doenças, todos precisaram de atendimento veterinário de urgência.

Tentando minimizar os efeitos da pandemia, Elaine, por exemplo, sugere que as campanhas de arrecadação de alimentos para famílias em vulnerabilidade incluam o repasse de ração animal.

A ONG Brechó Maria Chica orienta os tutores que estão sem condições de manter o animal a buscar alternativas.

“Eu informo as clínicas que temos convênio e atendem a preço popular. Se for preciso, também ajudamos com ração”, mas, segundo ela, ainda assim, há quem opte pelo abandono.

Otimismo

Por outro lado, a adoção consciente e responsável dá alívio ao coração dos protetores.

A quarentena é um bom momento para praticar a solidariedade e construir relação de novos afetos; em casa e com mais tempo livre, os tutores podem ter uma participação efetiva na adaptação do animal à casa e com a nova família.

“Um ser ali do seu lado, pedindo só amor e carinho e retribuindo isso o tempo todo. Isso nos ajuda sempre a melhorar a questão da solidão”, defende Elaine Sponchiado, do Grupo Vida.

Valéria Silva, da ONG Brechó Maria Chica, usa sua própria experiência de vida para mostrar a importância de um animal na vida de qualquer ser humano.

“Eles são amorosos, companheiros, se preocupam com você, são engraçados e brincalhões. Eu já tive depressão por não aceitar o mundo da forma que é, só que quando você tem um ser que você sabe que ele depende de você, isso faz você lutar”, diz.

Os animais podem ter um papel fundamental no controle da ansiedade e tristeza, mas, há o alerta: rotina da família pós-quarentena precisa ser considerada no momento da adoção.

Sara, do Projeto Pracinha dos Dogs, tem, entre os principais requisitos, que o novo tutor arque com o custeio das vacinas e castração.

“Eu deixo o animal no veterinário e quem busca é o tutor. Se ele não puder pagar pelos cuidados, já não pode adotar”, pontua.

Na ONG Brechó Maria Chica, a adoção tem assinatura de um termo de responsabilidade, vídeo do lugar em que o animal vai ficar e visita de um dos voluntários.

“Levamos em conta se a casa tem rota de fuga, se vai ter refúgio de chuva e sol, se haverá comida e água portável, se o animal não vai ficar preso ou amarrado e terá atividades, como caminhada e brincadeiras”, detalha.

“Em caso de mudança, o animal será levado?” e “Há crianças em casa? Elas respeitam os animais?” também são perguntas feitas pelo doador.

Elaine Sponchiado complementa a lista: “precisa principalmente de amor e carinho”.

Saiba como ajudar

Os protetores e organizações sobrevivem por meio de doações. Com a recomendação do Ministério da Saúde para que se evite aglomeração, os brechós, feiras e ventos foram cancelados. Hoje, elas retiram doações ou definem pontos de entrega.

O Grupo Vida pede que as pessoas levem em conta a adoção de animais pretos e mais velhos. Para ajudar, basta adquirir uma das rifas que estão sendo vendidas ou entregar doação de ração na Banca do Beco Fino.

A ONG Brechó Maria Chica está entregando os produtos do brechó. Para doações de ração, Valéria também busca o item na casa do doador. Quantias podem ser enviadas via depósito bancário.

O Projeto Pracinha dos Dogs não arrecada dinheiro ou ração. Toda a ajuda é enviada diretamente para as casas de ração e veterinários.

No país

Segundo o G1, um levantamento realizado pelo Instituto Pet Brasil mostra que há cerca de 172 mil animais abrigados em organizações não governamentais (ONGs) em todo o Brasil. 96% desses animais são cães e os outros 4% são gatos.

Mas o trabalho não é suficiente. Existem quase 3,9 milhões de animais em condições de vulnerabilidade; destes 78 mil estão concentrados no Sudeste.

 

Mundo Pet

Tutora preocupada rastreia a localização de seu cachorro e descobre sua vida dupla

Como todo adolescente, o cachorro escapou de casa para ir para uma festa secreta.

Publicado

em

Foto: Reprodução/X/@dammitdemi

Quando Demi soube que seu cachorro havia saído de casa, ela não ficou totalmente surpresa. Han Solo é conhecido por sair sem ser visto e explorar sua vizinhança, não importa o quanto sua família tente mantê-lo em casa. Graças a um rastreador GPS na coleira do cão, Demi rapidamente rastreou sua localização até o clube de campo ao lado -…

Continuar lendo

Mundo Pet

Câmera captura cachorro procurando ajuda na rua após incêndio em casa

Loy não encontrou sua família em lugar algum após o incêndio, e não tinha ideia de para onde ir sem eles.

Publicado

em

Por

Foto: Suzette Hall/The Dodo

Há alguns dias, Suzette Hall, resgatadora de cães e fundadora do abrigo Logan's Legacy 29, recebeu uma ligação preocupante de sua amiga Nanette. Um prédio próximo ao trabalho de Nanette havia se incendiado recentemente, e parecia haver um cachorro sobrevivente deixado para trás. Nanette reconheceu instantaneamente o cão pastor alemão, mais tarde chamado Loy, quando ele passou correndo pelo seu…

Continuar lendo

Mundo Pet

Socorristas resgatam irmãos cachorros abandonados em situação precária na varanda de casa

“Não consigo imaginar o alívio que sentiram por estarem aquecidos, confortáveis e alimentados”.

Publicado

em

Por

Foto: Reprodução/Rescue Me Animal Advocacy/The Dodo

Quando os vizinhos de Price Hill, Ohio, notaram dois cachorros na varanda, ficaram imediatamente preocupados. Um dos cães não tinha uma patinha, e ambos estavam incrivelmente magros e tristes. Eles começaram a postar fotos no Facebook, implorando para que alguém viesse ajudar. Enquanto isso, os cachorros - mais tardes chamados de Sampson e Boss - ficaram sentados e esperaram. Felizmente,…

Continuar lendo

Mundo Pet

Gato trabalhador vai à estação de trem todos os dias para ajudar no horário de pico

“Eu controlo o acesso aos teleféricos. Às vezes, dou suporte ao operador e até verifico as catracas para garantir que tudo esteja em ordem…”

Publicado

em

Por

Foto: Reprodução/X/MetrodeMedellin

Conheça Mishi: um gato obcecado por trens que sai de casa diariamente para ir ao trabalho na estação de metrô ao lado de casa. Há dois anos, a família de Mishi o recebeu em sua casa, a poucos metros da estação de metrô Villa Sierra, em Medellín, Colômbia. Mishi adorou sua nova família e se adaptou rapidamente à casa, mas…

Continuar lendo

Mundo Pet

Filhotes de cachorro lutam pela sobrevivência após abandono em lixão

Alguém abandonou os filhotes em um lixão.

Publicado

em

Por

Foto: Reprodução/Facebook/Pretty in Pink Animal Rescue

No início de abril, sete irmãos filhotes de cachorro se viu agachado dentro de uma caixa de papelão, tentando se aquecer. Alguém abandonou os filhotes em um lixão coberto de neve em uma região remota do Canadá. As chances de alguma pessoa de bom coração encontrá-los eram mínimas. Mesmo assim, eles se amontoaram, mantendo os olhos no horizonte, talvez na…

Continuar lendo
Publicidade