Grendacc reforça importância de diagnóstico precoce de câncer infantil, mesmo na pandemia
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Saúde

Grendacc reforça importância de diagnóstico precoce de câncer infantil, mesmo na pandemia

Profissionais do Grendacc estão preocupados com casos que chegam ao Hospital da Criança com o estágio da doença mais avançado

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Laura, paciente do Grendacc. (Foto: Divulgação)
Laura da Cruz Pereira, 16 anos, faz acompanhamento semestral pelo Grendacc (Foto: Divulgação)

Profissionais da área de oncologia pediátrica são claros em dizer que a melhor forma de tratar tumores em crianças é por meio do diagnóstico precoce, quando a doença ainda está no estágio inicial. Assim, há maior chance de sucesso no tratamento, muitas vezes menos agressivo, com um melhor prognóstico para a criança e com menor risco de efeitos colaterais. No Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil (leia mais sobre o assunto logo abaixo), o portal Tribuna de Jundiaí traz informações sobre a importância do diagnóstico precoce.

A pandemia causada pelo novo coronavírus também trouxe impactos negativos na luta contra o câncer infantil, com o aumento de casos de pacientes com diagnósticos atrasados. O alerta é reforçado pela oncologista pediátrica Arianne Pereira Casarim, que atua no Hospital da Criança do Grendacc (Grupo em Defesa da Criança com Câncer).

Segundo ela, no início da pandemia houve menos pacientes diagnosticados do que no segundo semestre: de março a julho de 2020, foram seis pacientes novos contra 11 identificados entre agosto e dezembro do mesmo ano. Arianne confirma que ter um diagnóstico atrasado pode afetar o tratamento. “Elas podem precisar fazer mais quimioterapia ou ter um pior prognóstico pela doença não estar mais tão no início”, alerta.

Doutora Arianne Pereira Casarim, oncologista pediátrica do Hospital da Criança do Grendacc. (Foto: Divulgação)

Dados – Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil a doença já representa a primeira causa de morte (8% do total) entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Com o diagnóstico precoce, em torno de 80% desses pacientes são curados – mesmo índice do Hospital da Criança do Grendacc.

Casos que chegam ao Grendacc com o estágio da doença mais avançado preocupa os profissionais da instituição. E está ligada, segundo a especialista, com o fato de a pandemia afastar os pais de um possível atendimento em unidades básicas de saúde quando os filhos adoecem. A oncologista pediátrica explica que, na fase inicial, os sintomas podem ser parecidos com doenças comuns na infância, por isso reforça que vale a pena procurar serviços médicos mesmo neste período de distanciamento social. Veja abaixo alguns sintomas da doença:

  • Febre persistente, de origem indeterminada, com tempo de evolução superior a 8 dias;
  • Perda de peso maior que 10% nos últimos seis meses;
  • Palidez;
  • Dor é um sintoma muito frequente, a criança fica mais irritada, com dificuldade para brincar, dormir e se alimentar;
  • Hematomas não associados a traumas;
  • Aumentos dos gânglios linfáticos;
  • Cefaleia (dor de cabeça) é um sintoma comum na infância, mas devemos ter atenção quando associada com sinais de alerta, como despertar noturno e vômitos.

“Os sinais e sintomas iniciais do câncer infantil são, muitas vezes, inespecíficos e podem ser confundidos com doenças benignas comuns na infância. Nas crianças, os tumores têm menor período de latência, maior rapidez de crescimento e maior agressividade, contudo apresentam também uma melhor resposta ao tratamento e melhor prognóstico”, explica. “Não existe exames preventivos que a gente possa fazer para tentar conseguir um diagnóstico mais precoce do câncer infantil. Infelizmente, é preciso esperar o aparecimento de sinais e sintomas mas, com o impacto da Covid19 na população, esses sinais e sintomas estão sendo um pouco negligenciados e atrasando, e muito, o diagnóstico dessas crianças”, completa a médica.

Em acompanhamento

Atualmente, 20 pacientes estão em tratamento efetivo – fazendo quimioterapia – no Grendacc e outros 40 estão em acompanhamento, ou seja, fora de tratamento. Lembrando que os pacientes permanecem em acompanhamento por um período de cinco anos, passando por consultas e exames periódicos.

Caso da adolescente Laura da Cruz Pereira, 16 anos, que realizou a última sessão no Grendacc em julho de 2019 e faz acompanhamento semestral desde setembro do mesmo ano. A remissão começou em 2019 e a expectativa é que em 2024 ela possa tocar o sino que simboliza o final do tratamento. 

Laura foi diagnosticada com câncer de ovário e metástase no pulmão aos 14 anos, prestes a comemorar o aniversário de 15 anos. Foi no mês do aniversário que ela iniciou o tratamento de quimioterapia, na qual passou por cinco sessões no total.

Segundo a mãe, Daiane Vanessa da Cruz Pereira, a filha – já sem os cabelos por causa da quimioterapia – comemorou seu aniversário com os amigos, que organizaram a festa. “Foi difícil porque nessa idade os adolescentes querem estar com os amigos, ir à escola, mas não era possível. Ela sempre se esforçava para estar bem e poder fazer uma visita aos amigos na escola, e era sempre uma festa. Ela e nós encaramos sempre de cabeça erguida o tratamento, rindo e chorando quando não tinha jeito. A casa estava sempre com visita, com o apoio dos amigos e familiares”.

Antes de iniciar o tratamento, em março de 2019, a mãe relata que procuraram vários médicos para descobrir a doença e foi preciso fazer nove diagnósticos. Até que, em dezembro de 2018, um médico pediu um ultrassom e verificou que algo não estava normal. Após passar com um especialista e fazer uma laparoscopia, Laura foi encaminhada para fazer os exames de biópsia no Grendacc.

A mãe reforça a importância do diagnóstico precoce e afirma que se o câncer da filha tivesse sido detectado com mais antecedência, talvez, o pulmão não teria sido afetado. Mas ela comemora a remissão do tratamento e também pela saúde da filha. “O câncer não espera. Nenhuma criança deveria morrer por esta doença”, diz. 

Em cada sessão de quimioterapia que Laura realizou, era preciso ficar internada no Grendacc de quatro a cinco dias. Daiane destaca o apoio de todos os profissionais neste período. “Eles fizeram de tudo para a minha filha se sentir melhor. Ela passava muito mal e os nutricionistas chegaram até a inventar comida para ela tentar comer, os meninos da capelania sempre traziam palavras de amor apoio e força. Todos foram importantes”.

Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), todos os anos cerca de 12 mil crianças e adolescentes são diagnosticados com a doença no Brasil, uma média de 32 casos por dia, a maioria entre crianças de quatro a cinco anos de idade. Os dados preocupam e acendem o debate sobre a doença. Por esse motivo, o dia 15 de fevereiro, Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil, promove a conscientização e alerta para a importância do diagnóstico precoce.

A campanha tem como objetivo levar informações e aumentar a conscientização da população sobre o câncer em crianças e adolescentes, assim como mobilizar governos e sociedades na luta contra esse tipo de doença.

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