Montagem das seis histórias
Seis histórias nos falam sobre valores importantes para serem levados para 2020. (Foto: Reprodução/Tribuna de Jundiaí)

O ano de 2019 foi de muitas despedidas – da pequena Ágatha, vítima de uma bala perdida no Rio de Janeiro, a Gugu, que deixou o Brasil consternado ao se acidentar em Miami. Brumadinho não será esquecido, assim como os alunos da escola Pau Brasil, de Suzano.

Entre tantos adeus, recomeços. Relatos que provam que, em meio à dor, há vida.

Relembre algumas histórias contadas aqui no TRIBUNA que fizeram 2019 valer a pena e nos motivam a acreditar que 2020 será ainda melhor!

Solidariedade

Rosemeire de Stefanni Rodrigues, mesmo desempregada, mostrou, em janeiro deste ano, a importância de sempre olhar ao próximo. Moradora de Campo Limpo Paulista, os seus dias são destinados a arrecadar materiais recicláveis que vão se tornar, através de parcerias e campanhas na internet, artesanato. O dinheiro da venda dos produtos, por sua vez, é revertido para instituições que cuidam de crianças, idosos e animais abandonados.

“São poucas as pessoas que conhecem a minha vida inteira. Eu faço o que posso e ajudo quem precisa de várias formas. É um esforço que faz valer a pena”, disse.

À esquerda, Rosemeire fazendo suas entregas; à direita, criança recebe um travesseiro
Mesmo desempregada, Rosemeire faz artes para ajudar crianças carentes e animais abandonados. (Foto: Arquivo pessoal)

Quando esse esforço tem a ajuda de mais pessoas, o projeto cresce.

Símbolo de solidariedade, a união de dez arquitetas em Jundiaí tornou o projeto “Um Tijolo por Dia” real.

Com os restos de obras de seus respectivos clientes, pouco a pouco, elas vão criando novos projetos. Pias, pisos, revestimentos: tudo o que pode ser reutilizado vai sendo incluído em um projeto com o objetivo de levar mais conforto às instalações de instituições da região.

O Hospital São Vicente, por exemplo, através da parceria das arquitetas, Prefeitura de Jundiaí e empresas da região já conquistou a revitalização de 21 quartos.

Foto das dez arquitetas posadas, juntas
21 quartos do Hospital São Vicente já foram entregues; todos com projeto de arquitetura do “Um Tijolo por Vez”. (Foto: Divulgação)

Perseverança

Fabrizio Dias Luis, Yasmin Fleming e Urias de Campos mostram que nada pode pará-los e que perseverar no seu objetivo, por mais difícil que seja ele, é preciso.

Enquanto o primeiro deles ainda é uma criança, o último é um senhor de 65 anos de idade. Aqui está a prova de que a determinação está ao lado durante toda a vida.

Fabrizio, diagnosticado com paralisia cerebral ainda bebê, luta diariamente nas sessões de fisioterapia, hidroterapia, fonoaudiologia e equoterapia. Embora a parte cognitiva não tenha sido afetada pela doença, a parte motora é trabalhada todos os dias para que ele consiga falar e andar. “Vemos a vitória e a força de vontade dele, tão pequeno e tão guerreiro”, fala a mãe do garotinho de 6 anos.

À esquerda, Fabrizio neném ainda entubado na maternidade; à direita, durante sessão de fisioterapia
Fabrizio passa por diversas terapias para que ele consiga andar, falar e viver como qualquer criança: brincando. (Foto: Arquivo pessoal)

Foi com muita força de vontade também que Yasmin venceu a depressão. Aos 17 anos e com uma filha recém-nascida, ela tentou suicídio duas vezes e agora, aos 23 anos, ela mostra que é possível. Hoje, é mãe, empresária e feliz. “A minha motivação foi mostrar para todo mundo que eu poderia sair daquilo e poderia ser melhor do que qualquer pessoa já imaginou”.

À esquerda, Yasmin com Alice no colo ainda no hospital e à direita, anos depois, com Alice toda sorridente brincando com a mãe.
Yasmin com a filha recém-nascida, aos 17 anos, e aos 23, sorridente com a pequena Alice. (Foto: Arquivo pessoal)

Seu Urias, como é chamado pelos colegas, andou lado a lado da perseverança quando, depois dos 60 anos, se matriculou em uma faculdade em busca de seu sonho. Adaptação, problemas de saúde, conciliação de horários, dificuldade até para enxergar o que estava escrito na lousa: eles passou por cima de tudo.

“Cheguei ao oitavo semestre aos trancos e barrancos. Quase desisti por problemas de saúde, mas depois pensei: Já que cheguei até aqui, não vou desistir agora. Será covardia da minha parte”. Que coragem, seu Urias!

À esquerda, Seu Urias; à direita, seu Urias com o amigo vestindo beca de formatura
Seu Urias se formou com os colegas de turma, que tanto o ajudaram durante o curso. (Foto: Arquivo pessoal)

União

De todas as boas histórias de 2019, nenhuma foi construída sozinha. Rosemeire precisa das doações e de seus parceiros; já as arquitetas, se estivessem sozinhas, talvez não conseguissem ajudar tantas pessoas.

Fabrizio tem ao lado uma família que o incentiva e profissionais capacitados que desenvolvem, junto dele, formas de se conquistar mais liberdade motora. Yasmin teve sua filha, Alice, como combustível para vencer a doença. Seu Urias, por sua vez, contou com amigos e professores, que o aplaudiram de pé, no dia da formatura.

Thiago e Seu Santo entenderam a importância da amizade e do companheirismo. Um jovem com deficiência intelectual e um senhor de 82 anos que, juntos, andam pelo bairro, sabem a importância da amizade, do incentivo e da parceria. “Ele é meu amigo e não é falso, é de verdade”, disse Thiago.

“De Verdade”

Foi assim que 2019 se foi. Quem chorou, derramou um mar de lágrimas. Quando doeu, fez sangrar. Mas quem amou, amou demais. Quem celebrou, celebrou até o dia raiar.

São tantas histórias que mostram que 2019 fez valer a pena, que o Tribuna de Jundiaí não vai parar por aqui. Até o final do mês, mais duas listas que provam de 2019 não foi um ano de tristeza, nem somente de alegrias – 2019 foi um ano de verdade.

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