
O casal jundiaiense Fernando Ferreira da Silva e Gisele Cardoso Santos Silva desembarcou em Roma, na Itália, para acompanhar a cerimônia de beatificação do padre Francisco Maria da Cruz Jordan, marcada para o próximo dia 15 (sábado), na Basílica de São João de Latrão. Os dois são testemunhas de um milagre que ocorreu com a filha, por intercessão de padre Jordan.
“Não temos palavras para expressar nossa honra e alegria em fazer parte deste momento. Para nós está sendo abençoado e de muito aprendizado”, declara Gisele, de 35 anos, que sempre fez parte da congregação salvatoriana, liderada pelo religioso. Em 2014, a filha de Gisele, Lívia Maria Cardoso Silva, de 6 anos, havia sido diagnosticada com displasia esquelética – doença que afeta os ossos e provoca baixa estatura – além da suspeita de que houvesse um tumor placentário.
Apreensiva, a mãe recorreu ao padre Jordan para que pudesse interceder por um milagre e acreditou no poder da fé. Lívia nasceu dia 8 de setembro de 2014 sem nenhum vestígio da doença, exatamente no dia da morte do padre.
“Não temos dúvidas de que para Deus tudo é possível. Ele faz milagres todos os dias na nossa vida, então por menor que seja a nossa fé, ela consegue mover montanhas”, diz Gisele.
Após passarem um período de quarentena, a família tem vivenciado novas experiências diariamente. Para a mulher, “todas são únicas e especiais, mas um dos momentos que nos chamou atenção foi visitar alguns lugares onde nosso fundador padre Jordan esteve”. Sem detalhes de como será a beatificação, a família conta que está ansiosa pelo momento. Eles garantem ainda que será uma experiência que ficará marcada para sempre.
Família visitou local com objetos do religioso. Na imagem, são sapatos usados por Padre Jordan (Foto: Arquivo pessoal)
A mãe da pequena Lívia ressalta ainda que em todos os momentos, apesar das dificuldades, a fé deve prevalecer. “Padre Jordan confiava muito na divina providência. Confiar e rezar faz grandes coisas acontecerem. Só temos que ter fé e confiar em Deus, que tudo é possível”.
Divino Salvador
A chegada ao Brasil dos salvatorianos ocorreu em 1896 e, no Estado de São Paulo, Jundiaí foi a primeira cidade a recebê-los, em 1922. Três anos depois, foi criado o primeiro seminário salvatoriano do Brasil, em 1925, que recebeu o nome de Escola Apostólica Divino Salvador – o resultado foi o surgimento do Colégio Divino Salvador, que existe há mais de 65 anos na cidade.
Diocese de Jundiaí
Todo o processo para a confirmação do milagre foi feito pela Diocese de Jundiaí e presidido pelo bispo dom Vicente Costa, em novembro de 2015. Testemunhos do casal e de pessoas envolvidas com o caso, exames médicos e laudos foram juntados e enviados ao Vaticano – nove meses depois do início da apuração. A autorização do Papa Francisco para que fosse promulgado o decreto relativo ao milagre saiu dia 19 de junho do ano passado.
