Emprego e moradia: pessoas em situação de rua têm uma "nova chance" em Jundiaí
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Emprego e moradia: pessoas em situação de rua têm uma “nova chance” em Jundiaí

Iniciativa é um dos trunfos do SOS para contribuir com aqueles que utilizam o serviço da Casa de Passagem

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Treinamento simula entrevista de emprego e ajuda interessados na hora de pedir emprego (Foto: Divulgação/SOS)

Eles têm histórias diferentes, mas o objetivo é único: conseguir um emprego para poder sair das ruas e mudar de vida. E é por meio do projeto “Nova Chance” que as pessoas neste tipo de situação têm a oportunidade de dar a volta por cima.

A iniciativa é um dos trunfos do SOS (Serviço de Obras Sociais) para contribuir com uma vida nova àqueles que utilizam a Casa de Passagem de Jundiaí – serviço oferecido pela Prefeitura de Jundiaí, em parceria com a entidade. Lá os interessados recebem treinamento para passar pelas entrevistas de emprego, um currículo atualizado e até novas roupas para poder buscar a recolocação no mercado de trabalho.

Segundo Melina Nucci, terapeuta ocupacional da Casa de Passagem, o “Nova Chance” teve início há dois meses. “Essa é a segunda turma que estamos auxiliando. A sensação de poder ajudar é ótima, porque somos um degrau nessa escada que eles estão subindo. Qualquer pessoa que esteja em situação de rua que bater no nosso portão daremos todo o apoio necessário para essa mudança de vida que ela veio buscar aqui”.

celso SOS emprego

Celso (direita) estava na Casa de Passagem e conseguiu emprego (Foto: Divulgação/SOS)

Na turma inaugural, dois casos de sucesso foram comemorados pela equipe. As vitórias de Marcos Roberto e de Celso fazem parte, inclusive, das publicações da instituição na rede social. “Após serem inseridos no mercado de trabalho, ele estão seguindo para moradias que vão conseguir custear graças à recolocação. É por isso que não utilizamos o termo morador de rua, mas sim pessoa em situação de rua. Ontem, estava. Hoje não está mais”, explicou Melina.

O projeto é desenvolvido por estagiárias de Terapia Ocupacional, que atuam em duas etapas: a primeira é a conferência de documentos, regularização e confecção do currículo. Depois, todos os interessados recebem dicas para entrevistas de emprego e o currículo impresso, além de roupas e calçados que são doados ao SOS.

SOS Jundiaí

Reunião para conferência dos documentos foi realizada nesta quinta (6) (Foto: Divulgação/SOS)

São elas, também, que fazem a seleção de vagas de emprego abertas no município para que essas pessoas participem do processo seletivo. “Muitos deles perderam o emprego por conta da pandemia. São homens com idades entre 25 e 45 anos, que possuem laços familiares fragilizados e não têm esse acolhimento”, contou a estagiária Rayssa Vieira Leite Gomes, 23 anos.

Uma característica daqueles que se interessam pelo projeto, segundo a estagiária Ana Carolina Guersi Santos, 23 anos, é a vontade de mudar de vida. “Neste pouco tempo de funcionamento já percebemos bastante o compromisso com o projeto, a motivação, interesse e força de vontade deles de querer uma nova chance. A experiência marcante para nós é quando nos despedimos deles, pois temos a certeza de que conseguiram o emprego, o sustento e alugaram uma casa para ficar”.

Uma chance

Dois dos interessados que participavam nesta quinta (6) da conferência dos documentos com as estagiárias falaram ao Tribuna de Jundiaí, com a condição de não terem os nomes divulgados.

Um deles, de 42 anos, veio de Araras para Jundiaí na busca por um emprego. Como não tem onde ficar, foi acolhido na Casa de Passagem. “Quis participar porque quero mudar de vida. Espero coisa boas e só tenho que agradecer pela atenção que estão me dando. Vim para cá porque quero melhorar minha condição, tenho uma menina pequena e preciso garantir o sustento dela. Na minha cidade não tive essa oportunidade”.

“Resolvi participar (do projeto) para poder trabalhar, ter um serviço digno. Espero conseguir isso para poder ajudar minha filha, também. Perdi meus pais muito cedo, tinha 5 anos, e fui morar com a minha família… mas não deu muito certo. Por isso escolhi ir para a rua. Mas quero mudar e estou buscando essa melhoria na minha vida”, disse o rapaz de 26 anos, que é de Jundiaí.

Natália Carvalho é uma headhunter de Jundiaí, que na tradução livre significa “caçadora de cabeças”.  Ela é responsável por buscar para a empresa os melhores profissionais do mercado, geralmente para vagas estratégicas dentro da organização. O headhunter faz o papel de mediador entre a empresa e o profissional.

De acordo com ela, este tipo de iniciativa deveria acontecer em todos os municípios. “Já passei por uma experiência assim numa antiga empresa em que trabalhava. Eram profissionais que estavam em situação semelhante, alguns tinham vícios como o alcoolismo. Me lembro até hoje de um jardineiro que estava em tratamento, na época, e conseguimos que ele voltasse ao trabalho. Acho que deveria ter este tipo de iniciativa em todos os municípios, pois há muito preconceito. Vejo pessoas nas ruas pedindo emprego nos semáforos, segurando placas e cartazes, e alguns motoristas fecham o vidro do carro. Graças a Deus isso está mudando, porque no geral são pessoas comprometidas, que querem uma nova chance e quando têm a oportunidade fazem acontecer”.

cristiano lopes

Gestor Cristiano Lopes destaca a importância das entidades sociais no município (Foto: Arquivo)

Geração de emprego e renda

Para o gestor de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia da Prefeitura, Cristiano Lopes, o fomento à geração de emprego e renda na cidade é essencial, principalmente quando voltado às políticas públicas de inclusão.

“É muito importante o trabalho que as entidades fazem em Jundiaí. Neste, especificamente, há uma parceria do SOS com a UGADS e fico feliz em saber que tem rendido frutos. Temos feito muitos esforços no sentido de fomentar a geração de emprego e renda no município. Essas pessoas que buscam uma oportunidade podem, também, se tornar empreendedoras e temos trabalhado em conjunto com o Ciesp, Sebrae, Senai, Senac e outras instituições no sentido de viabilizar essas oportunidades, oferecendo inclusive cursos de formação profissional”, destacou.

Como ajudar

Para que o projeto possa continuar, o SOS pede a ajuda com a doação de roupas e calçados masculinos considerados adequados para uma entrevista de emprego: camisa polo, sapatênis e calça jeans. As peças podem ser entregues

Para quem precisa de mão de obra, o SOS também pede que enviem vagas de emprego e deem oportunidade às pessoas em situação de rua. Quem puder colaborar pode entrar em contato pelo telefone 4521-4182 ou diretamente na rua Prudente de Moraes, 1830, Centro – embaixo do viaduto da Vila Rio Branco. Também é possível fazer contato com o SOS pelo Facebook e Instagram.

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