Veterinário, astronauta, médico: essas e muitas outras futuras profissões sempre passam pela cabeça da criançada. Para Davi Netto Silva, 8 anos, morador de Várzea Paulista, sua ocupação na fase adulta já está decidida: ele quer ser padre.

Diferente das brincadeiras tradicionais, o passatempo preferido do pequeno é montar sua própria missa dentro do seu quarto. Ao Tribuna de Jundiaí, a mãe Thaís Netto Silva contou que esse amor que o Davi sente pelo ministério surgiu de forma natural quando ele tinha entre quatro e cinco anos.

“Para ele não precisamos impor nada. Ele sempre acorda espontaneamente para ir à missa. Ele pode até dormir tarde, mas no outro dia acorda cedinho para a missa das sete horas”, conta.

Foto: Nilson Cologni

Terceiro filho entre quatro irmãos, Davi diz que se sente muito incentivado pela família. Principalmente pela avó e o tio, Gustavo Netto. “Meu tio é o meu maior admirador”, diz o menino.

Enquanto não tem idade para ingressar à catequese, Davi faz parte do coral da igreja e já participou de alguns teatros em dias comemorativos.

Constantemente, Davi realiza a homilia, pregação em estilo familiar para se meditar ou explicar a respeito de algum texto do evangelho. “Nós já estamos acostumados com isso. Ele entra no quarto e monta a missa completa. As palavras que ele costuma falar são sempre profundas e com grande significado”, explica a mãe.

Estudo na internet

Enquanto o Youtube é uma rede social de entretenimento para muitos, para Davi é fonte de estudo. É lá que ele passa horas assistindo pregações e conhecendo os padres ao redor do mundo.

O que você quer de presente?

Se essa pergunta for feita para o Davi, é bem provável que a resposta dele seja: a imagem de algum santo. Thaís contou que no Dia das Crianças, ele pediu de presente dois santos que ele havia visto e ainda não tinha. E foi o presente que ele ganhou.

O garoto é um estudioso sobre a história dos santos e padroeiras.

Foto: Nilson Cologni

A mãe conta que se a família passa pelo Centro de Jundiaí, obrigatoriamente, eles precisam entrar na Catedral. Se estão viajando também: Davi faz questão de se informar onde é a igreja da cidade e busca saber quem é o padre responsável pela mesma.

Falando em padre, ele diz que tem seu padre favorito: Anderson Ricardo, padre da Paróquia Cristo Redentor, na Vila Cristo.

“Ele tem um canal no Youtube e eu gosto muito das pregações dele. Admiro muito esse padre”, conta Davi.

Testemunhos

Apesar de ainda ser novo, Davi já coleciona testemunhos por meio da fé. A mãe contou ao Tribuna de Jundiaí histórias emocionantes, como um caso que ocorreu em um grupo de oração que a família frequenta.

Antes de sair de casa, Davi sentiu no coração de levar a imagem de Nossa Senhora do Advento, imagem que representa Maria grávida do menino Jesus.

Na reunião, a dirigente do grupo pressentiu que Davi deveria ficar ao lado de uma mulher que estava presente, segurando a imagem de Nossa Senhora e rezar por ela. A mulher havia, recentemente, perdido uma gestação.

Tempos após esse encontro, a mulher ficou grávida e a gestação se completou com êxito, nascendo um menino que recebeu o nome de Davi.

Outra vez, Davi foi com a mãe visitar uma tia e sentiu que devia rezar por ela.

Foto: Nilson Cologni

Para a família, a devoção do menino ainda é um espanto, mas traz paz ao coração dos pais. “Sempre converso com ele que padres não se casam e que, se ele quiser, pode virar diácono. Futuramente, pretendemos colocá-lo em alguns trabalhos para ver se ele realmente tem vocação e se quer continuar neste caminho. No momento, tudo o que fazemos é incentivar e ajudar para que ele escolha seu caminho e seja feliz”, enfatiza Thaís.

Entre ser padre e diácono, por enquanto, Davi já tem sua escolha. “É quase certeza que serei padre”.