Professora de Jundiaí compartilha experiências no maior acelerador de partículas do mundo
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Professora de Jundiaí compartilha experiências no maior acelerador de partículas do mundo

Mariana De Marchi é professora em Jundiaí e visitou o CERN, o maior laboratório de física de partículas do mundo. Leia seu relato sobre a experiência.

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A professora jundiaiense participou de um treinamento de professores de física no maior acelerador de partículas do mundo (Foto: Arquivo Pessoal)

Em setembro, Mariana De Marchi, professora de Jundiaí, participou de um treinamento de professores de física no CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear), o maior acelerador de partículas do mundo. Ela contou sobre a experiência em um artigo inspirador sobre sua paixão pelo conhecimento e ciência. Leia na íntegra:

“Muito mais do que um texto para falar da minha experiência na Escola de Professores no CERN em Língua Portuguesa, espero que esse breve relato possa fazer com que mais e mais pessoas se interessem por ciência e entendam o quanto os saberes científicos são preciosos para nossa sociedade.

A verdade é que por boa parte da minha vida, eu nem sonhava em ser professora. A paixão pela ciência sempre esteve lá, fazendo com que eu fosse a criança que assistia documentários por diversão, mas a carreira docente foi algo que demorou um pouco mais para se construir dentro de mim. Quando fui aprovada no vestibular do Instituto de Física da USP, meu sonho era trabalhar com pesquisa nas áreas de astronomia, estudando estrelas, exoplanetas, pulsares etc.

Não demorou muito para que eu entendesse que eu não gostava do dia a dia da pesquisa. Tratar as enormes planilhas de dados, analisar os gráficos, propor modelos… Nada disso parecia dialogar com a paixão que eu sempre tive pelo conhecimento. Aos poucos, fui entendendo que o que eu gostava mesmo era de falar sobre ciência, de explicar o mundo para as pessoas, de ajudá-las a ver a realidade por uma nova perspectiva.

Pois bem, mais de uma década depois, alguns anos de sala de aula, um mestrado e uma especialização mais tarde, venho compartilhar um pouco de como minha inesperada trajetória como docente me levou a conhecer o lugar mais legal do mundo.

Para quem nunca ouviu falar, eu explico: CERN é a sigla em francês para Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear. Sediado em Genebra, Suíça, foi fundado em 1953 após a mobilização de grandes cientistas da época. Seu principal objetivo é desenvolver a ciência de fronteira, desafiando os limites do conhecimento e imaginação humanos. Ao contrário do que ocorreu com muito da pesquisa em física nuclear no início do século XX, o desenvolvimento científico do CERN é feito a partir da colaboração de pesquisadores de diversos países, buscando utilizar seus saberes para a paz e para o progresso intelectual humano.

Dentre muitas das contribuições do CERN para nossa vida cotidiana, destacam-se o mouse de computador, a tela sensível ao toque e o nosso principal meio de comunicação contemporâneo – sim, a internet. Nenhuma dessas coisas foi inventada intencionalmente para se tornar um grande produto de mercado, mas surgiram a partir de necessidades dos cientistas para desenvolverem suas pesquisas. E esses são apenas alguns dos spin-offs de sucesso que foram desenvolvidos por lá.

Para ajudar a disseminar esse conhecimento todo, o CERN conta com um amplo sistema de formação de professores e atividades de divulgação científica. Dentre essas iniciativas, destaca-se a Escola de Professores no CERN em Língua Portuguesa, da qual tive o prazer de participar em 2023. Por muito tempo, o CERN foi pouco acessível para professores brasileiros, já que nosso país não é um de seus estados-membro.

No entanto, a partir de 2009, os professores do nosso país passaram a participar de formações em língua portuguesa juntamente com professores de Portugal e de outros países da comunidade lusófona. Hoje em dia, todos os anos, 20 educadores brasileiros são selecionados para passarem cerca de 10 dias na Europa, participando de treinamentos em Lisboa e Genebra.

O processo seletivo é relativamente simples e não há uma prova nem nada do tipo. Os interessados se inscrevem através de um formulário disponibilizado pelo Sprace (São Paulo Research and Analysis Center), compartilhando um pouco de sua trajetória profissional, motivação e planos para depois do treinamento. As vagas são divididas de maneira igualitária entre as regiões do país, além de contemplar professores das redes pública e privada.

Durante os 10 dias de treinamento, tivemos a oportunidade de participar de uma vivência intensa que nos levou a entender mais sobre o CERN e sobre a física de partículas. Visitamos muitos dos laboratórios do CERN, incluindo os conhecidos experimentos Atlas e LHC, responsáveis pela descoberta do bóson de Higgs, e a famosa Fábrica de Antimatéria, retratada no filme Anjos e Demônios.

Em cada uma dessas visitas, pudemos acessar os laboratórios, conversar com pesquisadores e entender como cada um desses locais produz conhecimentos importantes. Além disso, tivemos uma série de aulas sobre física de partículas, aceleradores e tratamento de dados, todas facilitadas por pesquisadores brasileiros e portugueses que atuam nos diferentes laboratórios.

Participamos, ainda, das primeiras sessões de treinamento de professores oferecidas pelo Science Gateway, o novo espaço de divulgação científica do CERN. Nessa oficina, aprendemos a construir uma versão simplificada de uma câmara de nuvens, uma ferramenta utilizada por muito tempo por cientistas para encontrarem e identificarem partículas. Nelas, podemos mostrar aos nossos alunos os rastros de partículas que chegam através dos raios cósmicos, além de ver ocasionais decaimentos alfa do ar atmosférico. Tudo isso, usando materiais simples e acessíveis como álcool e gelo.

Essa experiência foi, com certeza, transformadora em minha carreira como professora. Além de poder conhecer tantos locais importantes para a ciência mundial, pude estar em contato com outros professores que, como eu, também querem desenvolver uma educação de qualidade no Brasil. Mais do que falar sobre física de partículas, ter contato com esse tipo de conhecimento ajuda os alunos a verem que a realidade científica pode ser muito mais interessante que a realidade imediata. Ajuda os alunos a verem um mundo escondido e sonharem com suas possibilidades.

Se você tem interesse em saber mais sobre o CERN ou participar das iniciativas de formação de professores, muitas informações podem ser encontradas no site do Sprace. Que mais e mais pessoas possam ter uma experiência transformadora com a ciência!”

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